A Polícia Civil de Minas Gerais apreendeu mais de 300 toneladas de sabão em pó falsificado em Divinópolis e São Gonçalo do Pará, no Centro-Oeste de Minas Gerais, nesta segunda-feira, 14. Em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira, 15, as autoridades confirmaram que a empresa é a mesma que atuava no município de Nova Serrana, que descentralizou o serviço após duas ações da polícia.
A operação é um desdobramento das investigações que resultaram em outras duas grandes apreensões desse tipo de produto, aproximadamente 75 toneladas, ocorridas em Nova Serrana, também na região, nos meses de junho e agosto do último ano.
Segundo o delegado Weslley Amaral de Castro, havia um galpão em Divinópolis e outros três em São Gonçalo do Pará para guardar as embalagens. A cadeia de produção envolvia cerca de 30 pessoas, sendo todas de Nova Serrana. O gerente do galpão de estocagem, de 27 anos, foi preso por falsificação de produto destinado a saneamento, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O delegado João Marcos do Amaral Ferreira falou que investigadores fizeram levantamentos iniciais. “E conseguiram chegar até a cidade de Divinópolis, onde verificaram, ontem, que havia uma grande quantidade de sabão em pó sendo descarregado. Os produtos estavam chegando da Bahia naquele momento. Estamos fazendo levantamentos para conseguir identificar os receptores e todos os participantes dessa organização criminosa”.
Além das 300 toneladas de sabão em pó, foram arrecadados dois caminhões, seis carretas, três empilhadeiras, três betoneiras, três esteiras de produção, 13 balanças digitais, milhares de lacres e caixas de papelão falsificados para a embalagem do produto, dois aparelhos celulares, bem como diversos livros com anotações contábeis e de colaboradores.
A polícia ainda afirma que trata-se da maior apreensão da história do Brasil, considerando o tipo de produto e a marca utilizada pelos falsificadores, a mais conhecida do país. Totalizando as três apreensões ocorridas desde o início das investigações, são mais de 375 toneladas de sabão em pó falsificado.
“Continuaremos a realizar novas ações com o intuito de identificar outros locais, bem como demais envolvidos nessa cadeia de falsificação, além de apurar novos crimes, incluindo dos comerciantes que compravam o produto para revenda”, explica o delegado Castro.
Início das investigações
As investigações começaram em junho de 2021, a partir de uma denúncia anônima, na cidade de Nova Serrana. Na ocasião, policiais civis identificaram dois galpões onde era feito o armazenamento do material utilizado para a fabricação do sabão em pó falsificado. Naquela ação, cerca de 50 toneladas do produto foram apreendidas.
Posteriormente, uma segunda operação foi realizada, em agosto do mesmo ano, também no município, após monitoramento das equipes policiais, buscando identificar outros possíveis pontos de falsificação, o que resultou na arrecadação de mais 25 toneladas de sabão em pó. Houve, ainda, nessas ações, apreensão de documentos, empilhadeiras e material para selar as caixas contendo a marca do produto.
Cerca de quatro meses após a última apreensão, por intermédio da Agência de Inteligência Policial e da Delegacia de Polícia Civil em Itaúna, policiais receberam relatos de que haveria um galpão de armazenagem dos produtos falsificados na cidade. A partir das apurações realizadas, na madrugada de ontem, 14, um caminhão foi interceptado enquanto descarregava sabão em pó no bairro Industrial, em Divinópolis.
Em prosseguimento, as equipes identificaram o imóvel utilizado para armazenar as embalagens falsificadas, e o responsável pelo galpão foi preso. No local, foram encontradas seis carretas carregadas com sabão. Em outros dois galpões, já na cidade de São Gonçalo do Pará, a PCMG localizou também toda a linha de envase da organização criminosa. As máquinas ainda estavam ligadas, contudo os trabalhadores já haviam saído do local.
Fonte: BHAZ