A alta qualidade das produções da Netflix tem surpreendido o público e as crítica especializadas. Com obras cinematográficas que têm alcançado patamares de grandes e reconhecidos estúdios de Hollywood, o streaming tem alçado voos altos e promissores, que irá conduzir inevitavelmente para o reconhecimento cada vez mais frequente de seus títulos. Não à toa a Netflix foi o estúdio mais premiado da cerimônia do Oscar em 2021, com sete estatuetas. Ainda, obteve 31 indicações em categorias. Para 2022, as expectativas são ainda mais altas. Algumas produções já encabeçam os palpites dos críticos e deve dar as caras na premiação. Entre elas “Ataque dos Cães”, de Jane Campion; “Identidade”, de Rebecca Hall; e “Onde Eu Moro”, de Pedro Kos e Jon Shenk.
Ataque dos Cães (2021), Jane Campion
A história é ambientada em 1920, em Montana, onde os irmãos Phil e George Burbank administram um rancho. Durante uma viagem para fora da cidade, George conhece Rose, uma mulher viúva e mãe do adolescente Peter. Os dois se apaixonam e se casam. Enquanto o garoto passa a viver em um colégio interno, Rose agora é a nova moradora do casarão dos Burbank. Mas, ao contrário da vida romântica que havia sonhado ao lado de George, ela passa a viver um verdadeiro tormento com seu cunhado, que sabe como torturá-la emocionalmente. Quando Peter sai de férias e fica hospedado na casa, as violências psicológicas praticadas por Phil se intensificam.
Identidade (2021), Rebecca Hall
Em 1920, no Harlem, Irene Redfield é uma mulher negra que se finge de branca com uso de maquiagem há anos e consegue enganar, até mesmo, seu marido racista, que não possui a menor pista da identidade dupla da esposa. Anos depois, ela reencontra uma antiga amiga, Clare, que também é uma negra se passando por branca. Ambas encontram conforto e aceitação nessa identidade, mas conforme Clare se torna convidada constante na casa de Irene, um triângulo amoroso entre elas e o marido irá surgir em um terreno de mentiras.
Onde Eu Moro (2021), Pedro Kos e Jon Shenk
O documentário mostra por meio de entrevistas e imagens de drones um olhar sobre locais onde pessoas sem-teto chamam de “casa”. O filme apresenta quem são essas pessoas, suas histórias de vida. Ainda fala sobre os tipos de políticas públicas que são criadas para tentar invisibilizar o problema. O espectador se dá conta de que os moradores sem-teto não são apenas números, mas seres humanos com um passado e presente muito difíceis e um futuro ainda mais incerto.
Tick, Tick… Boom! (2021), Lin-Manuel Miranda
Perto de seu 30° aniversário, Jonathan Larson tem que servir mesas para se manter, enquanto escreve um musical quase autobiográfico. Preocupado com a possibilidade de ter optado equivocadamente pela carreira artística, ele se sente pressionado pela namorada, que quer afugentar suas pretensões profissionais, e pela melhor amiga, que abandonou o sonho de ser atriz para ter segurança financeira e por medo da Aids, que lança uma sombra sobre os profissionais da arte.
Vingança e Castigo (2021), Jeymes Samuel
Quando criança, Nat Love viu seus pais serem brutalmente assassinados pelo criminoso Rufus Buck, que ainda fez uma cicatriz de cruz virada para baixo na testa do garoto. Agora adulto, Nat é um pistoleiro fora da lei, que ao saber que Buck está fora da cadeia, decide procurá-lo e vingar a morte de seus pais. Nat ainda poderá contar com a ajuda de alguns amigos nessa perigosa aventura pelo Velho-Oeste.
7 Prisioneiros (2021), Alexandre Moratto
Um grupo de homens do interior se mudam para São Paulo e acabam prisioneiros em um ferro-velho, obrigados a trabalhar para saldar dívidas exorbitantes. Entre eles, Matheus que estava em busca de emprego e agora vive em situação análoga à escravidão, submetido à miséria e violência pelo patrão, Luca. O homem promete que quanto mais eles trabalharem, mais próximos estarão de sua liberdade. Para tentar escapar de sua situação, Matheus acaba entrando em uma incômoda parceria com o chefe.