Por Tiago Monteiro Tavares –
Presente de grego
A noite de Natal teve um gosto amargo para alguns políticos da cidade. É que não esperavam o “Presente de Grego” que a Câmara Municipal lhes daria na véspera de Natal, rejeitando o subsídio de R$ 2,4 milhões para a Circullare manter a operação do transporte coletivo por mais 180 dias ao preço de R$ 4,75. Pegos de ‘calça curta’, terão dificuldade para encontrar uma solução de curto prazo, em especial antes da campanha de 2022.
Base flutuante
O episódio realmente não era esperado pela Prefeitura, que contabilizava os votos em abundância, como tem sido ultimamente. Não esperavam que a ‘base sólida’ iria se tornar flutuante assim tão rápido. Entre os seis votos favoráveis ao subsídio (Claudinei Marques (PSDB), Flávinho Lima e Silva (PSDB), Dra. Regina Cioffi (PP), Pastor Roberto (Republicanos), Pastor Wilson (DEM) e Wellington Paulista (DEM)), três fizeram severas críticas à Prefeitura e a falta de respostas consistentes por parte do Executivo aos pedidos de informações feitos pelo Legislativo. A derrota podia ter sido muito maior!
Ônus é do Executivo
Podem tentar jogar a culpa em quem quiser. O ônus e o desgaste com a situação da Circullare é um problema da Prefeitura, que tentou jogar no colo dos vereadores e se deu mal. O pior é que pensam em repetir a estratégia para tentarem resolver o problema. Errar uma vez é humano, já duas….
‘Dá vontade’
O discurso do vereador pastor Roberto (Republicanos), conhecido pela postura calma, chamou a atenção de quem observava a votação. “Tem coisas que dá vontade da gente votar contra, mas vai onerar o povo. Agora esse subsídio vai virar moda, como nas capitais. É um chororô danado dos empresários do transporte que na próxima reunião vou ter que levar um pacote de lenços,” desabafou.
Isolado
No Republicanos a notícia de que o vereador pastor Roberto tinha votado favoravelmente ao subsídio para a Circullare caiu com uma bomba. A Executiva do partido não estava sabendo da votação, muito menos de que o vereador votaria favoravelmente. Por lá, a gesto foi encarado como uma ‘traição’, o que deixou o vereador bem isolado da cúpula municipal do partido.
Desnorteado
Quando o caldo já estava para ‘entornar’ o secretário de Governo, Celso Donato, que também preside o PSDB em Poços, foi chamado às pressas à Câmara para tentar contornar o problema. Dessa vez, a presença ‘intimidatória’ do poderoso secretário não serviu para nada. Pelo contrário, ajudou a acabar de mudar a opinião do vereador Kleber Silva (Novo), que falava olhando para o secretário e perguntando: “E a gora o que vamos fazer?’ Na hora do voto, não foi diferente!
Ausência decisiva
A ausência do vereador Ricardo Sabino (PSDB) na votação da pauta bomba da sessão extraordinária de quinta-feira (23), foi decisiva para a derrota do Executivo. Se estivesse presente, provavelmente a votação teria empatado em 7 a 7 e o voto de minerva seria do presidente da Casa, Marcelo Heitor (PSC). Talvez, o resultado fosse outro.
Recursos da campanha
Nos bastidores políticos a única coisa que se comenta é que terá candidato da base com dificuldade em conseguir financiadores para a campanha, após a derrota do subsídio da Circullare. Há quem acredite que os construtores chegarão junto e resolverão o problema. Será mesmo? Outras surpresas do Plano Diretor ainda podem surgir até lá.
Abre o olho, Coronel!
Na velha política do interior e ainda praticada por alguns “pré-históricos” tem sempre aquele puxa-saco que diz “Abre o olho, Coronel!” Em ano eleitoral e com uma base legislativa tão grande, é preciso ter jogo de cintura e muita habilidade para negociar e preparar o terreno antes de cada votação. A postura atual é de se empurrar “goela abaixo,” como diria o matuto. A tendência é que os conflitos só aumentem daqui até a eleição de 2022, principalmente, entre os que disputam a preferência para saírem candidato (a) a deputado.