O MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) anunciou, nessa terça-feira (11), a abertura de um inquérito para apurar se a prefeitura de Capitólio foi negligente na tragédia ocasionada por um deslizamento rochoso no Sul de Minas. Nesse sábado (8), o episódio no cânion do Lago de Furnas deixou 10 mortos e diversos feridos.
Em comunicado, o órgão diz que está em processo de apuração sobre a conduta do município. O objetivo é confirmar o papel da prefeitura quanto a “obrigações de identificação, mapeamento e fiscalização de áreas de risco”, revela nota. Além disso, as autoridades desejam saber se a população estava devidamente informada sobre os riscos existentes na área.
No mesmo sentido, a Polícia Civil investiga o caso para descobrir o que provocou a soltura da rocha que levou à tragédia. Nesse domingo (9), o prefeito de Capitólio admitiu que nunca ouve estudo de análise de risco geológico na região.
‘Foi uma fatalidade’, diz prefeito de Capitólio
À Globonews, o prefeito do município mineiro Cristiano Geraldo da Silva (PP-MG) admitiu que não havia nenhum tipo de acompanhamento geológico no ponto turístico. Ao longo da declaração, ele debateu que “é uma injustiça querer cobrar isso [responsabilidade sobre o deslizamento rochoso] da prefeitura”.
“A Marinha tem suas legislações que regulamentam o ordenamento costeiro. O município de Capitólio tem essa lei já há alguns anos, para regulamentar a utilização lá dentro dos cânions. Agora, em relação à análise geológica, desde o ano passado realizamos um trabalho em relação à tromba d’água”, argumentou o líder da prefeitura de Capitólio, que definiu o episódio como uma “fatalidade”.
Além disso, o prefeito argumentou que “nunca tivemos um acidente como esse” e que não existem normas impedindo as lanchas de estarem em locais próximos ao paredão. Ele acrescentou dizendo que há pontos específicos para mergulho, imputando responsabilidade aos barcos que atracaram no cânion para os banhistas entrarem na água.
Bombeiros encerram buscas
No início da tarde de ontem (11), o Corpo de Bombeiros anunciou que findou as buscas para investigar a tragédia em Capitólio. Segundo a corporação, todas as vítimas fatais já foram encontradas e “devidamente identificadas pela Polícia Civil”. A soltura das pedras na região deixou 10 mortos, todos eles amigos ou integrantes da mesma família.
“Em decorrência de um trabalho técnico minucioso que envolveu equipes de mergulhadores especialistas da Corporação e em uma atuação integrada com outras forças e órgãos, todos os 10 corpos já foram localizados e devidamente identificados pela Polícia Civil“, informa o texto do CBMMG.
Ainda segundo o Corpo de Bombeiros, todas as pessoas mortas no acidente em Capitólio eram passageiras da lancha intitulada “Jesus”. A embarcação foi a única a ter mortes registradas após o deslizamento da rocha e, nessa segunda-feira (10), a última vítima foi identificada.https://b84c5897053528f3cfce29d3e3072f70.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Os profissionais envolvidos no caso também disseram que seguem “à disposição dos órgãos de investigação caso haja necessidade de algum tipo de diligência complementar que necessite do apoio em ações de busca”, finaliza o comunicado.