Nesta semana a Prefeitura Municipal de Poços de Caldas (MG) publicou uma resolução que define que o retorno das escolas em 2022 será feito de modo presencial. Contudo, neste início de ano os casos de COVID estão aumentando muito, o que despertou a preocupação de muitas mães de crianças matriculadas na rede pública de ensino da cidade.
Já nos primeiros dias do ano foram registradas filas no Hospital de Campanha, principal responsável pelo atendimento de pessoas com sintomas gripais, lotação na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e também em hospitais particulares. Além disso, a cidade também passa por problemas com a escassez de testes.
Devido a incerteza de como a situação do vírus deve progredir, algumas mães estão inseguras quanto ao retorno dos filhos em um momento considerado crítico, como conta Mariangela Souza, mãe de uma menina de 7 anos, matriculada em uma escola municipal.
“Eu entendo que tem sido ruim para as crianças ficarem em casa, e aprender a distância não é tão simples, mas eu não quero que minha filha seja exposta em um momento perigoso. Precisamos ver como vai estar mais pra frente, mas por agora estou preocupada.”
Mariangela também se preocupa com os protocolos de saúde, pois algumas crianças não entendem o risco e acabam se descuidando. “As crianças não têm noção da gravidade do problema, e não é por mal. Às vezes estão brincando, correndo e tiram a máscara sem perceber. Fora que eles ficaram um tempão fechados, quando podem ter contato com outras crianças vão querer abraçar, ficar perto. Mesmo se a escola vigiar, não dá pra garantir o tempo todo que vão tomar cuidado.”
Segundo a SECOM (Secretaria Municipal de Comunicação Social), os protocolos que já estavam em vigor desde o ano passado continuam, conforme a resolução publicada. As escolas devem disponibilizar, no mínimo dois colaboradores para fiscalização e cumprimento obrigatório dos protocolos de saúde e segurança.
Ainda segundo a secretaria, as denúncias externas do descumprimento das medidas podem ser feitas também junto ao Comitê Extraordinário Covid-19: Eouve – https://eouve.com.br/ ou ouvidoria – 0800-283-0324 ou e-mail do comitê – covid19pc@gmail.com).
Vacinação
A vacinação infantil em Poços começou na mesma semana em que foi publicada as determinações da volta às aulas, e apesar do retorno estar previsto para o mês de fevereiro, possivelmente a vacinação das crianças não terá progredido de forma significativa, ainda mais considerando que as doses de reforço em adolescentes e adultos estão sendo aplicadas de forma simultânea.
A vacinação é a principal preocupação de Marcella Oliveira, mãe de dois meninos de 6 e 9 anos, segundo ela muitos pais não querem vacinar os filhos, o que aumenta o risco.
“Existem muitos pais negacionistas, que acham que o vírus não existe. As crianças podem até pegar menos, mas não estão imunes. O que adianta eu vacinar meu filho se ele vai para a escola sentar do lado de um coleguinha que não vacinou?”
Além disso, ela considera que é uma grande falha não exigir comprovante de vacinação dos alunos e principalmente dos professores. “Quando fazemos a matrícula na escola pedem a carteirinha de vacinação, deveriam cobrar agora, isso seria um jeito de incentivar também. E no caso dos professores, as escolas precisam exigir, são todos adultos já precisam ter tomado a terceira ou estão quase.”
A Secom disse que a princípio não haverá obrigação de vacinação contra o COVID-19 para crianças ou profissionais, pois não houve nenhuma normativa estadual nesse sentido. Porém disseram que são feitas orientações sobre a importância da vacina.