Em 2021, penúltimo ano de mandato do presidente Jair Bolsonaro, houve aumento superior a 70% em gastos com o cartão de pagamentos do governo federal (cartão corporativo) da Presidência da República se comparado com 2018, quando o gestor era o ex-presidente Michel Temer. As informações estão à disposição no Portal da Transparência que apresenta os dados detalhados dos últimos cinco anos.
Ao longo do ano passado os gastos ultrapassaram 18,8 milhões de reais e, de acordo com o Portal da Transparência, só não foram superiores aos registrados em 2020, com montante acumulado de mais de R$19,1 milhões.
Foram sucessíveis altas de gastos já a partir do primeiro ano do mandato, em 2019. Naquele ano o Portal da Transparência registrou o total superior a R$14 milhões, alta de 35% em relação ao ano anterior com a gestão de Michel Temer, que gastou, ao longo de 2018, pouco mais de R$11 milhões, gastos que só não foram maiores do que os do Departamento da Polícia Federal, que gastou quase R$11,4 milhões.
Veja, abaixo, o total de gastos com cartão corporativo da Presidência nos três primeiros anos de Bolsonaro e no ano de Michel Temer:
2021 – R$18.894.115,68 (Bolsonaro)
2020 – R$19.188.856,91 (Bolsonaro)
2019 – R$14.889.017,90 (Bolsonaro)
2018 – R$11.030.925,97 (Michel Temer)
Finalidade
O cartão de pagamentos do governo federal tem o objetivo de custear despesas relacionadas ao exercício do cargo e seu uso está sujeito a fiscalização e controle social, além de regras baseadas em princípios como legalidade, moralidade, impessoalidade, eficiência, isonomia e da aquisição mais vantajosa.
Todavia, tudo isso é muito bonito no papel, em que pese o fato de que alguns gastos poder ser mantidos em sigilo, como os com segurança, por exemplo, uma vez que pode comprometer a integridade do usuário. Mas, como fiscalizar gastos com cartão corporativo, em especial os da Presidência da República, que é o tratado aqui, quando quase 100% desses gastos são mantidos em sigilo?
Sob a gestão Bolsonaro, em seu penúltimo ano de mandato, 99,2% dos gastos da Presidência foram colocados nessa condição, percentual que é o maior registrado desde 2015.
*com informações Portal da Transparência