Por P.A. Ferreira e Tiago Monteiro Tavares –
A entrevista do Alô Poços nesta segunda-feira, 14, apresenta um bate-papo com a secretária Municipal de Educação de Poços de Caldas, município do Sul de Minas Gerais, professora Maria Helena Braga. Nesta “Entrevista Exclusiva”, ela fala sobre a volta às aulas presenciais, avalia os desafios e o tumulto no primeiro dia do ano letivo, na última segunda-feira, 07. A professora também destaca o fornecimento do “kit escolar” e dos projetos da Secretaria.
Maria Helena Braga, viúva do saudoso professor e ex-secretário Municipal de Educação, professor José Castro de Araújo, nasceu em Itamuri, município de Muriaé, zona da Mata Mineira, é pedagoga, atuou na Educação como professora dos ensinos Fundamental, Médio e Superior, foi por muitos anos diretora do Colégio Jesus Maria José e da escola Aroldo Affonso Junqueira, foi secretária Municipal de Educação por três vezes e, atualmente, está em sua quarta gestão a frente da pasta no governo de Sérgio/Professor Júlio.
“O aluno recebeu tudo e tudo de melhor, de melhor qualidade. Você vai em qualquer papelaria credenciada e pede um kit para você vê. É Tilibra, é Pfizer, tudo da melhor qualidade e o aluno não precisa se preocupar com nada. Tem três filhos? São três kits. Todos os alunos da rede municipal recebem esse “kit”, são mais de dezoito mil. Hoje eu trouxe o jornal de ontem para guardar, injeta R$ 2,7 milhões na economia de Poços, que é fantástico. Eu falo, Deus, eu vos agradeço por ter tido essa ideia junto com o prefeito na época,” sobre a distribuição do Kit Escolar em Poços.
Maria Helena Braga, secretária Municipal de Educação.
Alô Poços – Professora, as aulas do ano letivo começaram na última segunda-feira, 07. A senhora já tem uma avaliação desse retorno?
Maria Helena – Já. Estou muito satisfeita. Graças a Deus, todas as crianças voltaram. As escolas estão superlotadas, quer dizer, superlotadas com quantitativo correto. E eu estou muito feliz de poder voltar às aulas, pedindo a Deus que tome conta de todo mundo, porque nós tivemos um retorno, uma visita inesperada da Covid novamente. Mas, graças a Deus, estou visitando as escolas, cada dia eu vou em uma, e está tudo normal, tanto da Educação Infantil, eu estava receosa, achando que não ia voltar, mas, tá todo mundo voltando, e as famílias que não quizeram mandar, não mandam, e a gente está trabalho com a graça de Deus. Estamos trabalhando normalmente.
Alô Poços – No primeiro dia do retorno às aulas nós tivemos problemas em algumas unidades escolares, principalmente no Colégio Municipal “Dr. José Vargas de Souza”, com muita aglomeração de pais e estudantes na porta. Como a senhora viu essa situação?
Maria Helena – É natural, as famílias ficam ansiosas e querem levar o filho até a porta da sala. Ela não quer deixar o filho na porta da escola. É insegurança natural da família. Eu me lembro, quando o meu mais velho, que hoje está com quase cinquenta anos, foi para a escola, a minha irmã queria ir junto, no primeiro dia, eu queria ir junto. Ele começou lá no CEMAE Cascatinha, lá perto de casa. Então, todo mundo queria ir junto. O meu marido, muito bravo, professor Araújo, falou nada disso, eu vou levar ele, ele vai descer na porta da escola. Ele não é rei nem nada para ir em comitiva levar na escola. Porque meu marido bravo, gostava do normal, não gostava de nada diferente do normal. Então, a tendência da família é pajear até a última hora. Porque é um desligamento que a gente faz quando o filho vai para a unidade escolar.
Então, a família que entrar até a porta da sala, quer falar com o professor, quer ver onde é a sala que o filho vai estudar. Então, deu certo tumulto. A rua estava toda marcada, era só cada um ficar na marcação, mas, aí, graças a Deus, deu tudo certo. Falei para a Ângela [coordenadora do Municipal] comprar um megafone e começar a gritar. Agora, hoje, o pessoal foi lá e nós estudamos abrir o outro portão, assim, uma turma entra por um portão e outra pelo outro portão para diminuir [essa aglomeração].
Mas, já melhorou, já está dando certo, as famílias já se acertaram. Imagina que um nosso menininho, com autismo, a mãe começou a querer dar show na porta da escola, ele falou, tchau mãe, subiu e foi para a sala dele. Olha que gracinha. Então, esse empoderamento é muito importante, essa autoestima, a criança precisa desenvolver, mas a família quer pajear até na porta da sala, é normal também. A gente compreende até, tudo isso é amor. Tudo isso passa pela palavra amor, não é? A saudade que vai sentir da criança. Mas a gente não pode deixar de melhorar.
Alô Poços – O “kit escolar” é algo muito importante na vida das famílias, principalmente neste momento.
Maria Helena – Olha, é uma coisa que eu agradeço a Deus. Fui eu que introduzi o “kit escolar” junto com o prefeito Paulinho Couro Minas. Eu era secretária também e foi uma coisa maravilhosa. Eu agradeço a Deus todos os dias. Outro dia estava vendo na televisão, em um programa de Minas [Gerais], falando que um caderno estava R$ 35,00. Falei, Nossa Senhora Aparecida, meu Deus, eu vos agradeço. Tem família que tem três filhos. Já pensou se fosse fazer lista de escola? Assim, o aluno recebeu tudo e tudo de melhor, de melhor qualidade. Você vai em qualquer papelaria credenciada e pede um kit para você vê. É Tilibra, é Pfizer, tudo da melhor qualidade e o aluno não precisa se preocupar com nada. Tem três filhos? São três kits. Todos os alunos da rede municipal recebem esse “kit”, são mais de dezoito mil. Hoje eu trouxe o jornal de ontem para guardar, injeta R$ 2,7 milhões na economia de Poços, que é fantástico. Eu falo, Deus, eu vos agradeço por ter tido essa ideia junto com o prefeito na época, porque tudo passa pelo prefeito, não é? O Sérgio é muito bom de trabalhar, fácil de trabalhar, sério, um homem honesto, firme. Eu me sinto muito bem fazendo parte da equipe do prefeito.
“O maior desafio é fazer um diagnóstico com as crianças, com os alunos todos. Nós estamos aplicando, no princípio de março, um teste para todos os alunos do primeiro ao nono ano, para a gente ajudar as unidades, menos educação infantil, para verificar em que pé o aluno está em conteúdo”.
Alô Poços – Professora, quais são os novos desafios para a educação hoje em dia nesse mundo pós-pandêmico?
Maria Helena – Olha para você ver. Uma criança de terceiro ano, ela está entrando pela primeira vez na escola, ela ficou um mês na escola e entrou na pandemia. Voltou em agosto, quer dizer, praticamente, ela está entrando agora. Então, o maior desafio é fazer um diagnóstico com as crianças, com os alunos todos. Nós estamos aplicando, no princípio de março, um teste para todos os alunos do primeiro ao nono ano, para a gente ajudar as unidades, menos educação infantil, para verificar em que pé o aluno está em conteúdo.
Mas, o mais importante no momento é o acolhimento, e a receptividade desse aluno, porque esse aluno também está perdido, esse aluno também sofreu muito. Porque escola, por mais que fala que não gosta da escola, que não gosta de ir à escola, a escola faz parte da vida do adolescente e da criança. Do adolescente, que são as amizades, os primeiros namorinhos, aquela troca normal entre professor e aluno, que é tão gostosa. E para a criança, a escola é sagrada. Tem criança que está levantando, tem pai que me procura para falar que a criança está levantando às cinco horas para ficar pronta. Porque é uma maneira dela resgatar a vida dela. Eu fico muito feliz de estar na Secretaria nesse momento, porque é uma coisa que, eu, com 58 anos de escola, nunca tinha vivido. É uma coisa nova. Eu comecei aos 17 anos, eu nunca vivi uma epidemia na escola. Eu fui tudo, diretora, supervisora, orientadora, nunca vivi uma situação de epidemia. Agora, com 75 anos é que eu fui enfrentar essa situação. Para mim também foi um aprendizado. Mas, graças a Deus, com Deus no comando, tudo tem dado certo.
“No meio da explanação ele [prefeito] colocou o inglês, do quarto ao quinto ano, que nós vamos introduzir, já está introduzido o inglês no quarto e quinto anos. Nós vamos começar agora, esta semana, o projeto empreendedorismo que é uma parceria que nós fizemos com o Sicob, então, haverá a capacitação de professores e do sexto ao nono no ano vai ter o projeto empreendedorismo, que é uma proposta para o futuro”.
Alô Poços – Secretária, na última terça-feira o prefeito participou da primeira reunião ordinária dos vereadores e apresentou os projetos e metas para esse ano. Na explanação ela falou sobre a Educação para o Futuro. Como será feito isso?
Maria Helena – No meio da explanação ele [prefeito] colocou o inglês, do quarto ao quinto ano, que nós vamos introduzir, já está introduzido o inglês no quarto e quinto anos. Nós vamos começar agora, esta semana, o projeto empreendedorismo que é uma parceria que nós fizemos com o Sicob, então, haverá a capacitação de professores e do sexto ao nono no ano vai ter o projeto empreendedorismo, que é uma proposta para o futuro. Hoje, a empresa não quer mais aquele funcionário obediente, quietinho, bonzinho. Ela quer um funcionário que tem proposta, que tem visão. Então, nós estamos preparando para o futuro e a “Educação Para o Futuro” é um projeto que nós realizamos com a Recreativa. Recreativa é aquela revista de palavras-cruzadas, mas, não é a palavra-cruzada. O projeto é um desenvolvimento da autoestima, do resgate da individualidade do aluno e será trabalhado do primeiro ao quinto ano para mostrar a possibilidade do aluno melhorar.
Alô Poços – Professora, a senhora está a tantos ano na Educação, está secretária de Educação pela quarta vez. Como é estar à frente da Secretaria nesse momento, participar ativamente da política, o que a motiva em seguir com nessa missão?
Maria Helena – Olha, as outras vezes eu estava na ativa, trabalhando, era professora da PUC [Pontifícia Universidade Católica – campus Poços], então, era um convite dentro do quadro profissional. Esse convite do Sérgio foi extremamente diferenciado. Eu já estava aposentada, em casa, já havia escrito um livro “O professor a prudente”, que eu escrevi para os colegas professores. Mas, o Sérgio chegou lá, com o vice-prefeito da época, e me convidou porque a secretária tinha saído… Eu conversei com ela, disse não saia, a tal da escola cívico miliar é um projeto [do governo] federal, isso não vai chegar aqui em Poços. Eu fiquei condoída com o prefeito porque ele tinha dado o piso-salarial, coisa que eu queria dar na minha época e não pude porque não tinha dinheiro. Eu, assim, apreciava muito essa atitude dele. Gosto do Sérgio desde a primeira vez que ele foi candidato e eu admiro muito o trabalho do Sérgio porque ele é sério, honesto, isso é muito importante na política. Ele respeita os seus secretários, todos. Ele é bravo. Eu não sei, eu fui casada por 28 anos com um homem bravo, então eu gosto de firmeza. Sabe, eu gosto pessoa firme, e o Sérgio é sim sim, não não. Então, eu me sinto muito feliz de fazer parte da equipe dele. Na terça-feira eu passei isso para ele: Sérgio, fico orgulhosa de estar na sua equipe. Eu achei que ele foi muito feliz na abertura dos trabalhos da Câmera, apresentou o que se propõe a fazer, sem mentira, sem onda, sem inventar coisa, falou aquilo que possivelmente vai acontecer. Então, eu me sinto muito feliz de fazer parte desse governo
Alô Poços – Por fim, a senhora gostaria de acrescentar mais alguma coisa?
Maria Helena – Na realidade, a minha palavra é gratidão. Eu vou na televisão fazer uma entrevista, eu recebo 899 elogios, “muito obrigada”, “um abraço para senhora”, porque metade da cidade passou pelas minhas mãos, gente. Eu estou aqui desde 72 atuando, atuando. Ou passou pelas minhas mãos no “Pio XII” ou no “Aroldo Affonso Junqueira” ou na PUC ou na pós-graduação. Então eu agradeço a Deus o carinho das pessoas. A minha filha diz o seguinte, que andar na Rua Assis comigo é uma perda de tempo, porque, se eu vou fazer algo que demora 15 minutos, eu demoro duas horas, porque eu vou parando, todo mundo me para. Então, a minha palavra é gratidão. Gratidão à cidade, às pessoas pelo carinho recebido.