Um homem de 41 anos foi preso na última sexta-feira, 11, na região metropolitana de Belo Horizonte, em Betim. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) cumpriu mandados de prisão temporária e de busca e apreensão expedidos contra o suspeito pelo crime de estupro de vulnerável, cometido contra a enteada, atualmente com 15 anos. Durante a ação, os policiais apreenderam celulares, que foram encaminhados para análise pericial. As investigações, coordenadas pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) em Betim, iniciaram após o registro realizado por familiares da vítima relatando os abusos sofridos pela adolescente desde que ela tinha 6 anos. Durante declarações, o suspeito confirmou apenas que teria filmado a enteada, negando os outros abusos.
O homem será indiciado pelo crime previsto no artigo 217-A, c/c artigo 226, II, do Código Penal, bem como no artigo 240, §2º, II, do Estatuto da Criança e Adolescente. Já a mãe da vítima, também investigada pela PCMG, poderá responder pelos delitos na modalidade omissiva. As investigações continuam, visando averiguar se existem outras vítimas de abuso por parte do suspeito, que é líder religioso em algumas igrejas da cidade.
Crime reiterado
Aos policiais, a vítima contou que, desde pequena, o padrasto passava a mão no corpo dela, mostrava filmes pornográficos, praticava sexo oral, entre outros atos libidinosos. Ainda segundo a adolescente, o suspeito dava dinheiro para que ela não contasse a ninguém sobre os abusos, que ocorreram até o ano passado, quando a jovem teve coragem de romper com o ciclo de violência. O homem teria então feito um buraco na parede do banheiro para filmar a enteada nua. Ao perceber a manobra, a jovem também filmou a ação do padrasto e mostrou o vídeo para a mãe, que preferiu acreditar no marido.
Em dezembro de 2021, o namorado da adolescente decidiu ligar para um tio dela e contar sobre os abusos cometidos pelo suspeito. Esse tio procurou então a mãe da menina, que afirmou que a filha mentia, pois estava com demônio no corpo. Já o suspeito, após ver as imagens gravadas pela adolescente, confessou o delito e alegou que seria uma “fraqueza da carne”.
Após serem confrontados, o suspeito e a mãe da vítima ainda tentaram persuadir os familiares a não denunciarem o crime, inclusive abririam mão da guarda da vítima, desde que os fatos não fossem levados ao conhecimento da polícia.
Segundo depoimentos, a vítima apresentava mudança de comportamento, como isolamento e tristeza excessiva. A adolescente está sob os cuidados dos tios maternos desde a descoberta dos fatos.
*Com informações da Polícia Civil de Minas Gerais