Estado se consolidou como o terceiro do país com maior concentração dessas empresas
Minas Gerais tem se consolidado como um ambiente de estímulo e desenvolvimento de startups. De acordo com dados do mapeamento da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), o estado é o terceiro do país com a maior concentração deste tipo de empresa. Ao todo, Minas concentra 9,5% das startups do país, ficando atrás de São Paulo (32,5%) e Santa Catarina (12,6%).
Segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Sede), o número de startups também está em ritmo de crescimento no estado, saltando de 365 empresas registradas em 2015 para cerca de 1.250 em 2022, aumento de 242%. Há também a ampliação de polos de startups em Minas, como Belo Horizonte, Uberlândia, Uberaba e Juiz de Fora.
De acordo com o superintendente de Inovação da Sede, Pedro Emboava, Minas atua para incentivar o crescimento dessas empresas, buscando qualificação, geração de emprego e renda.
“O que observamos nessa pandemia é que micro e pequenos empreendedores buscaram conexão com as novas tecnologias, muitas desenvolvidas por startups. No futuro não muito distante, com o avançar das inovações, muitos dos empregos manuais operacionais serão substituídos por tecnologias. Portanto, ter essas empresas em Minas é fundamental para que o estado se mantenha competitivo a médio e longo prazo. Estamos criando empregos agora que vão continuar existindo daqui a 10 ou 40 anos”, explica.
Ainda segundo Emboava, fomentar o crescimento de startups também auxilia no surgimento e na captação de talentos no estado. “É uma área que gera empregos que exigem qualificação. Hoje, grande parte da mão de obra acaba saindo de Minas. Portanto, ter esse nicho aqui facilita para que possamos reter a mão de obra e os talentos mineiros. Além disso, como vimos na pandemia, houve um declínio grande em vários setores e a tecnologia foi menos afetada, se mostrando resiliente a esses momentos de volatilidade econômica”, diz.
Ações de incentivo
Minas Gerais conta com programas de incentivo a startups. Um deles é o Startups and Entrepreneurship Ecosystem Development (Seed), que apoia empresas de tecnologia com rodadas anuais de investimento.
“Na atual edição, tivemos oportunidade de abrir um novo mercado para startups, que é o setor público. Levamos 37 desafios de secretarias e órgãos diversos para que startups pudessem se inscrever a ajudar na solução de políticas públicas do Estado. Ao todo, 59 startups participaram e 47 atuaram em 31 desafios e tiveram soluções aprovadas. Durante os seis meses de aceleração, essas empresas faturaram R$ 14,8 milhões, empregaram mais de 400 pessoas e captaram mais de R$ 11 milhões fora do programa. Isso mostra o resultado e o benefício do programa”, explica o superintendente.
Desde o início do projeto, até a última rodada realizada em 2021, mais de 180 startups já haviam participado do programa. Somente em 2019, antes da pandemia, R$ 80 milhões foram movimentados, mais de 2.000 empregos gerados e R$ 58 milhões em investimentos foram captados.
Outras iniciativas também existem em Minas para incentivar o setor, como o Tecpop Minas, que busca qualificação de mão de obra para suprir o déficit de desenvolvedores e programadores no estado. Cerca de 100 municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) foram selecionados pelo programa e receberam 20 notebooks e aparelhos de wi-fi, além de treinamento para que os servidores dos municípios tenham a capacidade de facilitar o acesso ao Tecpop e ajudar na inclusão digital.
Existe também o projeto Vivência Universitária em Empreendedorismo e Inovação (Vuei), que busca apoiar o desenvolvimento dos ecossistemas de inovação e empreendedorismo nas Instituições de Ensino Superior (IES) do estado de Minas Gerais. O objetivo do programa é promover a aproximação entre o mercado e a academia, estimulando a criação de projetos e negócios inovadores que envolvam ciência e tecnologia dentro das instituições de ensino.
A Sede também mantém o Hub MG, uma iniciativa que apoia as médias e grandes empresas no processo de inovação. É um local onde empresas tradicionais apresentam desafios e abrem espaço para que soluções tecnológicas sejam apresentadas por startups. Ou seja, abre o mercado para as startups, facilitando o contato entre essas empresas e melhorando o ambiente de negócios.
Já o Hub MG Gov busca fazer o mesmo trabalho para dentro do setor público, apoiando órgãos públicos na utilização dessa legislação. Abrindo portas e criando segurança jurídica para fazer esse processo com startups dentro do Estado.
Por fim, o Sistema Mineiro de Inovação (Simi) também conta com uma série de dados sobre startups de MG. “Vale ressaltar que, em 2013, o Simi contava com três apoiadores, hoje são mais de 70 empresas que apoiam essas startups. Vimos um desenvolvimento muito grande dessas iniciativas em Minas. O Simi é um espaço vitrine sobre o que está acontecendo em tecnologia e inovação no estado”, finaliza Pedro.
Legislação
Em janeiro de 2021, o governador Romeu Zema sancionou a Lei Nº 23.793, que dispõe sobre a adoção de medidas de estímulo ao desenvolvimento de startups no estado de Minas Gerais. A medida tem como finalidade promover a inovação dos métodos de negócio e produção, aumentar a produtividade e a competitividade, além de fomentar a modernidade tecnológica, econômica e social no estado.
Desde então, startups, cooperativas ou associações que atendam às condições previstas na Lei podem estabelecer relações contratuais com a administração pública por meio de editais públicos e instrumentos do mesmo gênero, por exemplo.
*Fonte: Agência Minas