Valery Gergiev tem sofrido a perda de diversos contratos por se recusar a condenar os ataques à Ucrânia
Do portal Metrópoles –
O maestro russo Valery Gergiev, apoiador do presidente Vladimir Putin, foi removido do cargo como condutor chefe da Orquestra Filarmônica de Munique, da Alemanha, após se recusar a condenar o ataque à Ucrânia. Ele endossou a reeleição do chefe de Estado e promoveu suas políticas durante inúmeros concertos.
O prefeito de Munique, Dieter Reiter, anunciou a decisão em um comunicado que afirmava que a dissolução do contrato de Gergiev era a única opção plausível. O documento dizia que, “de efeito imediato, não haverá mais concertos da Filarmônica de Munique sob a batuta de Gergiev”.
O governo da cidade disse que o maestro, que ocupava o cargo desde 2015, falhou em responder o ultimato de Reiter para repudiar a “guerra brutal de agressão” até segunda-feira (28/2). Caso contrário, a demissão seria oficializada. Em declaração pública, o prefeito disse que esperava “que ele reconsiderasse e revisasse a sua visão positiva sobre o líder russo”.
A demissão abrupta, três anos antes do contrato do maestro expirar, foi a maior punição de Gergiev, que tem sido o alvo de indignação e críticas nos últimos dias pelo histórico extenso de apoio a Putin e a suas políticas. Até o momento, ele não comentou publicamente sobre o assunto.
Representando um dos embaixadores culturais mais proeminentes da Rússia, o maestro enfrenta a perda de diversos concertos e turnês internacionais desde o início do conflito, e diversas instituições ameaçam fazer o mesmo até que ele se posicione.
Putin é uma peça essencial no sucesso de Gergiev, por ter provido recursos para o Teatro Mariinski, onde o maestro ocupa o cargo de diretor geral e artístico.