O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou nesta segunda-feira, 07, sete pessoas por organização criminosa com participação de adolescentes e lavagem de dinheiro. Os denunciados criavam sites para vendas de produtos de baixo valor, mas sem entregá-los a todos os consumidores. Estima-se que 15 mil pessoas tenham sido lesadas em 22 sites diferentes. A organização criminosa foi presa em Poços de Caldas, cidade no Sul do estado, durante a Operação Hydra da Polícia Civil.
Os denunciados vão responder pelo artigo 2°, caput c/c § 4°, I da Lei 12850/13, que prevê reclusão de três a oito anos e multa, com aumento de um sexto a dois terços pela participação de adolescentes; c/c art 1° caput e §4° da Lei 9613/98, que prevê pena de reclusão de três a 10 anos, além de multa, com aumento da pena de um a dois terços se o crime foi cometido de forma reiterada ou por organização criminosa. Os três líderes da organização criminosa também vão responder pelo § 3° do artigo 2° da Lei 12850/13.
Sobre Operação Hydra
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu no dia 21 de fevereiro, o inquérito policial que terminou indiciando 12 pessoas suspeitas de cometerem os crimes de estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro, em Poços de Caldas, cidade no Sul de Minas Gerais.
Durante as investigações descobriram que os criminosos criavam sítios eletrônicos (sites) falsos para a venda de produtos. Impulsionavam as publicações nas redes sociais por meios pagos para que os posts patrocinados tivessem maior visibilidade ao público-alvo.
Os sites eram criados para a venda das mercadorias pelo método dropshiping (onde o lojista trabalha sem estoque). Afirmando que as encomendas sairiam diretamente de fábricas da China, o prazo de entrega nos anúncios era de, aproximadamente, três meses. Quando os consumidores formalizavam reclamações pelo não recebimento das mercadorias, os suspeitos derrubavam o site e criavam outros.
Ao longo das investigações, foi deflagrada a operação Hydra, no dia 9 de fevereiro. Durante a ação foram presos cinco suspeitos, além de terem sido apreendidos veículos de luxo e patrimônio milionário em poder dos envolvidos.
Todos os suspeitos são jovens e, até então, não tinham qualquer fonte de renda. A PCMG estima que no último ano eles tenham movimentado uma quantia superior a 5 milhões de reais. Com o início da operação policial, a prisão dos envolvidos e o bloqueio de seu patrimônio, a investigação foi concluída e direcionada ao Ministério Público.
*Com informações do Ministério Público de Minas Gerais