Servidores da Educação tanto da rede de ensino de Belo Horizonte quanto da rede estadual anunciaram greves nesta terça-feira (8). No caso das escolas ligadas ao município, a paralisação acontece a partir de 16 de março. Já nas escolas sob administração do Governo de Minas, a paralisação tem início amanhã (9).
Apesar de serem movimentos com negociações distintas, em ambos os casos há a demanda da recomposição do piso salarial.
Greve na rede municipal
No caso dos servidores da rede municipal, o Sind-REDE/BH (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte) realizou assembleia nesta terça-feira (8). Uma nova reunião foi agendada para 16 de março, dia de início da greve.
“Vamos analisar se existe uma contraproposta apresentada pelo governo, que atenda à recomposição do piso salarial nacional, sem que haja destruição da carreira dos trabalhadores”, disse Vanessa Portugal, diretora do sindicato, ao BHAZ.
“Outro ponto importante é que não haja redução do número de trabalhadores, de professores dentro das escolas e que haja uma proposta a assistentes administrativos educacionais que trabalham nas bibliotecas e nas secretarias”, acrescentou.
Segundo Vanessa, a conclusão da assembleia foi de que a proposta apresentada pela PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) não contempla a recomposição do piso salarial. A proposta da secretaria municipal de Educação é de que o reajuste de 11,77% seja pago de forma parcelada, com 5% em agosto deste ano e 6,77% em janeiro de 2023.
Em contato com a PBH, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. Assim que o Executivo municipal se posicionar, o texto será atualizado.
Greve na rede estadual
A assembleia dos servidores estaduais também foi realizada nesta terça-feira. Entre as principais demandas da classe, está a aplicação dos reajustes do piso salarial.
“Desde 2019 que o governo sabe do nosso direito e foi cobrado por isso. Nenhuma política de valorização salarial foi apresentada e a deflagração desta greve é de inteira responsabilidade do governo Zema”, explica a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais), Denise Romano.
Segundo a professora, há uma desvalorização em todas as carreiras ligadas à educação no Estado. “Vergonhosamente, o governo paga menos de um salário mínimo para as Auxiliares de Serviços da Educação Básica. Essa situação de desvalorização salarial se estende para todas as carreiras. O Piso é Lei e não vamos abrir mão!”, declara.
A classe também se posiciona contra a proposta do Governo estadual de adesão ao Regime de Recuperação Fiscal. Segundo o sindicato, a proposta “impõe perversos ataques contra os/as servidores/as e serviços públicos”.
“A exemplo, está a ampliação da privatização de empresas públicas, congelamento de salários e carreiras por nove anos, não realização concursos públicos e reajustes salariais por até nove anos”, menciona.
Foi feito contato com o Governo de Minas Gerais para obter um posicionamento a respeito da paralisação, e aguarda retorno.
*Foto: BHAZ