A repórter Laura França, da TV Band Minas, sofreu um trauma auditivo temporário após uma bomba estourar ao lado dela, enquanto cobria a manifestação realizada pelas forças de segurança no Centro de BH. Além de Laura, a emissora informou que o repórter Caio Tárcia, da Rádio BandNews FM BH, também foi alvo de um explosivo, além de ser hostilizado durante os protestos desta quarta-feira (9).
Em nota, o Grupo Bandeirantes informou que a repórter Laura foi vítima do incidente na Praça da Estação, local onde a manifestação reuniu milhares de policiais. De acordo com a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança), a jornalista teve que ser encaminhada para o hospital.
Já o repórter Caio acabou sendo alvo enquanto seguia o ato em direção à Praça Sete, no Centro. Ele faria exames ainda nesta tarde para checar seu estado de saúde. Segundo a Band, Laura França fez uma primeira consulta médica, em que foi constatado o trauma auditivo na repórter. Uma nova consulta estaria marcada para a tarde de hoje, na qual seria verificada a extensão do trauma.
“A explosão não me atingiu, porém, como eu estava muito perto, o barulho fez com que eu perdesse temporariamente a audição do meu lado direito, além da dor. Procurei um hospital, passei por alguns exames e não ficou constatada nenhuma lesão aparente, Graças a Deus”, disse Laura ao BHAZ.
A repórter afirmou que, segundo o médico, ela sofreu um trauma auditivo temporário. “Fui medicada e estarei de repouso pelos próximos dias”, esclareceu.
Emissora cobra atitude
A emissora ainda repudiou a atitude dos manifestantes, compostos por policiais, e cobrou acompanhamento do protesto por parte da Polícia Militar, a fim de garantir a segurança dos envolvidos e dos profissionais da imprensa.
Ademais, o Grupo Band “exige responsabilidade das categorias envolvidas no ato e solicita o acompanhamento do caso pelo governo de Minas, pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais”.
Sejusp condena ‘desvios de conduta’
Procurada pelo BHAZ, a Sejusp esclareceu que vai apurar as condutas dos servidores “que contrariam determinação judicial ou recomendações do Ministério Público de Minas Gerais no tocante à paralisação de atividades ou no que diz respeito a comportamentos inadequados e inaceitáveis durante as manifestações das forças de segurança”.
A Sejusp também destacou que “não compactua com desvios de condutas de servidores públicos, que devem ser os primeiros a prezar e zelar pela segurança do cidadão mineiro” (leia a nota na íntegra abaixo).
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram várias explosões de bombas durante a manifestação feita pelas forças de segurança em Belo Horizonte. Moradores registraram o barulho das explosões enquanto os policiais faziam uma passeata pelo Centro.
Assista:
Polícia apura o caso
A Polícia Civil informou, por meio de nota, que adotou “medidas para apurar autoria, materialidade e circunstâncias da prática de possível ato que provocou ferimentos em jornalista que trabalhava na cobertura de manifestação de servidores da segurança pública”.
Justiça proíbe porte de armas na manifestação
O TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) proibiu os manifestantes de interditar ruas, portar armas e ocuparem prédios públicos durante o protesto desta quarta-feira. A decisão foi um pedido feito pelo Governo de Minas, que determinou a multa de R$ 100 mil por hora em caso de descumprimento.
Conforme a decisão, a manifestação, por “envolver servidores públicos civis e militares que representam a força pública armada deste Estado, têm evidente potencial de submeter a ordem pública a risco”. O MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) também determinou que os integrantes das forças de segurança tomassem providências para evitar as seguintes situações:
- interrupção de serviços prestados pela Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros;
- obstrução de vias públicas;
- queima de objetos ou porte de armas, bombas e foguetes;
- invasões em prédios públicos ou privados;
- obstrução de espaços estratégicos para prestação de serviços e garantia de locais de entrada e saída da Cidade Administrativa, em caso de protestos no local.
Além disso, o MPMG também recomendou que o diretor-geral do Departamento Penitenciário de Minas Gerais, Rodrigo Machado, aderisse às medidas para evitar:
- interrupção na prestação de serviços públicos prestados por policiais penais;
- queima de objetos ou porte de armas, bombas e foguetes;
- obstrução de espaços estratégicos imprenscindíveis à manutenção da ordem pública nas unidades prisionais.
Nota do Governo de Minas na íntegra
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) esclarece que serão apuradas todas as condutas de servidores que contrariam determinação judicial ou recomendações do Ministério Público de Minas Gerais no tocante à paralisação de atividades ou no que diz respeito a comportamentos inadequados e inaceitáveis durante as manifestações das forças de segurança, realizadas em Belo Horizonte.
A Sejusp ressalta que não compactua com desvios de condutas de servidores públicos, que devem ser os primeiros a prezar e zelar pela segurança do cidadão mineiro. Na manhã desta quarta-feira (9/3) uma repórter que fazia a cobertura da manifestação, na Praça da Estação, teve que ser socorrida e encaminhada ao hospital depois de um artefato explosivo estourar no seu entorno.
Nota da Polícia Civil na íntegra
*Fonte: BHAZ