Primeiro brasileiro a ganhar o prêmio World Press Photo, do Museu Van Gogh, de Amsterdã, na Holanda, em 1979, mais prestigiado prêmio de fotojornalismo do mundo
Referência do fotojornalismo brasileiro, Orlando Brito faleceu aos 72 anos nesta sexta-feira, 11. O fotógrafo teve complicações após uma cirurgia de intestino e deixa uma filha e netos. Brito estava internado no Hospital Regional de Taguatinga, em Brasília, Planalto Central do Brasil, país da América do Sul, há algumas semanas e sofreu uma falência múltipla de órgãos. O profissional é um dos mais reconhecidos fotógrafos políticos do Brasil, tendo registrado os bastidores do poder desde a época da ditadura militar.
Nascido em 08 de fevereiro de 1950, Orlando Brito é natural de Janaúba, Minas Gerais. O fotógrafo mudou-se para Brasília no início da construção da capital, em 1957, e registrou presidentes e personalidades do poder desde então, contando por meio de imagens a história da política brasileira.
Entre os temas de seu trabalho estão também economia, questões sociais, terra, indígenas e eventos esportivos. Brito viajou por mais de 60 países em coberturas presidenciais, viagens de papas e eventos esportivos, como Copas do Mundo e Jogos Olímpicos.
Carreira
Conhecido como um fotógrafo autodidata, Orlando Brito, começou a trabalhar como laboratorista do jornal carioca Última Hora aos 14 anos de idade e passou a fotografar dois anos mais tarde. Entre 1968 e 1982 trabalhou no jornal O Globo. Depois, foi contratado pela Veja, onde ficou por 16 anos e ocupou a editoria de fotografia. Trabalhou também no Jornal do Brasil, no Rio.
Brito foi o primeiro brasileiro a ganhar o prêmio World Press Photo, do Museu Van Gogh, de Amsterdã, na Holanda, em 1979. Esse é o mais prestigiado prêmio de fotojornalismo do mundo, no qual o mineiro conquistou 1° lugar na categoria “sequências”, com uma sucessão de fotos intitulada “Uma missão fatal”.
Por 11 vezes recebeu o Prêmio Abril de Fotografia, inclusive o de hors-concours. Recebeu a distinta Bolsa de Fotografia da Fundação Vitae, de São Paulo, em 1991, além dos prêmios de Aquisição da I Bienal de Fotografia do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e da Bienal Internacional de Fotografia de Curitiba. Tem fotografias no acervo de colecionadores institucionais e privados.
Fez várias exposições individuais em que estão as cidades de Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Londres, Nova York, Tóquio, Madri, Lisboa, Basileia, Buenos Aires e México. Brito tem publicados seis livros de fotografia: Perfil do Poder (1982), Senhoras e Senhores (1992), Poder, Glória e Solidão (2002), Iluminada Capital (2003) e Corpo e Alma (2006).
*informações BHAZ com Agência Brasil