A onda da substituição das sacolas plásticas tradicionais, produzidas à base de petróleo, por materiais biodegradáveis se alastra em Minas
Quem tem o costume de ir ao supermercado sabe a quantidade de sacolas plásticas que são levadas para dentro de casa, sacolas estas que na maioria das vezes vão parar dentro das lixeiras dos banheiros e da pia da cozinha. Mas essa realidade está prestes a mudar na cidade.
Diversos supermercados da cidade à partir de hoje (22) mesmo sem legislação própria que proíbe o uso de sacola produzida com petróleo, estão aderindo ao fim da embalagem. Alguns estabelecimentos estão entregando cinco sacolinhas a cada R$100,00 em compras, outros como os atacarejos, vendem sacolas maiores e revertem o valor para instituições e causas solidárias da cidade.
A ideia não é comercializar sacolas plásticas, é fazer com que o consumidor deixe de utilizá-las, seja onerosa ou gratuitamente. Uma alternativa disponível em alguns supermercados é a compra das sacolas retornáveis, que além de possuírem tamanhos diferentes são muito mais resistentes do que as plásticas.
“Trata-se de uma iniciativa que tem sua relevância, com certeza. É claro que temos as sacolas plásticas como vilãs do meio ambiente. Seu tempo de decomposição, as dificuldades no descarte, enfim, tudo a leva para o lugar de grande vilã. Retirá-las é um bom passo. Entretanto, é preciso observar que apenas a retirada de circulação não é suficiente. Temos a urgência de ampliar e melhorar os processos de coleta de seletiva, temos a questão do nosso lixão que precisa ser resolvida. Ainda, a questão do mau cheiro dos rios, qual a origem?? A quantidade de agrotóxicos utilizada também é uma questão. São políticas que precisam trabalhar simultaneamente. Meio ambiente não é apenas a sacolinha, nunca será” afirmou a advogada e cientista social Cacá D’Arcadia.
Opções para substituir as sacolas plásticas
Questões ambientais e financeiras
A questão envolve diversos custos, sendo o mais alto deles o ambiental, segundo especialistas. Um relatório recente da ONG Oceana, criada em 2001 por um grupo de fundações líderes em conservação, apontou que a indústria brasileira produz anualmente cerca de 500 bilhões de itens plásticos descartáveis. Após a utilização, grande parte desses resíduos é levado ao mar, gerando grandes prejuízos para a vida marinha e para quem vive dos recursos do mar.
A maior parte do lixo marinho é composta por produtos e embalagens plásticas descartáveis. As medidas para reciclagem e tratamento desse resíduo sozinhas nunca resolverão o problema que é crescente e urgente, é preciso reduzir a produção desse material — afirma a engenheira ambiental Lara Iwanicki, gerente da campanha de combate à poluição marinha por plásticos da Oceana.