Uma cobra da espécie Suçuaboia foi capturada na última semana depois de passar 13 dias “visitando” moradores de um prédio da Barra da Tijuca, na região nobre do Rio de Janeiro. O resgate foi feito por biólogos do Instituto Jacaré, no 19º andar do edifício Ernest Hemingway, na última quinta-feira, 24. De acordo com a equipe, a jiboia estava “grávida”, o que poderia ter provocado muito mais transtornos.
Segundo o jornal Extra, o animal já havia “dado as caras” em vários apartamentos do condomínio, deixando os moradores em alerta. No último dia 12, uma criança que vive no andar em que o animal foi capturado contou ao pai ter visto a cobra dentro do seu quarto.
O Corpo de Bombeiros e a Polícia Ambiental estiveram no local e, após vistoriarem toda a estrutura do prédio, não conseguiram localizar o animal. Foi quando a administração do edifício acionou o Instituto Jacaré para prestar apoio nas buscas.
“O prédio possui interligação por estruturas de gesso que ligam os apartamentos uns aos outros. Além disso, um outro morador havia substituído parte do gesso por calha, devido a umidade. Então estava montado ali um ambiente favorável para o animal, que se deslocava por esse espaço de um apartamento a outro”, explicou o biólogo Ricardo Francisco Freitas Filho.
Impactos do comércio de animais
No Instagram, o instituto publicou um vídeo do resgate – este que demandou, além do preparo dos profissionais, um tempo para o estudo da estrutura. Os pesquisadores fizeram um buraco no gesso do 19º e por lá conseguiram avistar o animal e fazer a captura, sem que ele ficasse ferido.
“Infelizmente muitas pessoas compram e comercializam animais silvestres. E em alguns casos os animais fogem devido ao despreparo da pessoa que o compra. Muita gente acredita fielmente que os animais se tornarão dóceis e mansos, o que na maioria das vezes não é o que acontece. Daí, ou as pessoas soltam, matam ou eles fogem”, diz a legenda da publicação.
O Instituto Jacaré frisa, ainda, que “não podemos tratar nossa biodiversidade como ‘coisas’ ou objetos” já que “eles têm vida e valor ambiental importantíssimo para, inclusive, nossa qualidade de vida e permanência neste planetinha chamado Terra”.
*informações BHAZ