Presidente foi internado na noite de segunda (28/3) e deixou o Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, nesta terça-feira (29/3)
A internação do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Hospital das Forças Armadas (HFA), entre a noite de segunda (28/3) e a manhã de terça-feira (29/3), foi motivada por “dificuldade de esvaziamento gástrico”, segundo fontes consultadas pelo Metrópoles. Trata-se de uma dificuldade na passagem do alimento do estômago para o intestino cuja causa está relacionada a algum alimento ingerido pelo mandatário nos últimos dias.
Bolsonaro deu entrada no hospital na noite de segunda, após sentir desconforto na região abdominal e receber atendimento inicial de médicos da equipe presidencial. O desconforto o levou para o hospital militar para realizar exames.
O médico Antônio Macedo, de São Paulo, que acompanha Bolsonaro desde o atentado à faca de 2018, esteve em contato com os médicos da presidência e com o cardiologista Ricardo Camarinha. Durante a noite, as equipes acompanharam a evolução do quadro clínico do presidente.
Bolsonaro teria reagido bem à dieta liquida e cremosa, e recebeu alta no início da manhã desta terça.
Apesar da internação, o mandatário manteve a agenda do dia, com compromissos em Ponta Porã (MS).
Na cidade sul-matogrossensse, o presidente participou de cerimônia de regularização fundiária, com entrega de títulos de propriedade rural a assentados da região, e inauguração de pontos de wi-fi em escolas.
Na agenda, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que o presidente passou mal no dia anterior “porque ele trabalha muito”.
“O presidente, ontem, não se sentiu bem, porque ele trabalha muito. E mesmo assim ele saiu do hospital, e quando eu liguei ontem à noite, preocupada, porque vi na imprensa nacional que o presidente tinha ido para o hospital, eu falei: ‘Ai meu Deus. Amanhã nós não vamos ter Mato Grosso do Sul. Tem uma bela festa lá esperando’”, afirmou a ministra.
“E eu sabia da vontade dele de estar aqui. Mas eu liguei para o Célio [Faria Júnior, assessor pessoal do presidente] e o Celio falou: ‘Não. Está tudo bem. Tudo mantido. Amanhã de manhã ele vai’. O médico acho que não sabe, mas ele [Bolsonaro] está aqui”, acrescentou.
O presidente disse em discurso que era uma satisfação estar na região de Mato Grosso do Sul e que, apesar de ter tido uma noite “mal dormida”, teria um dia “bem ativo” em Ponta Porã.
Bolsonaro retornou a Brasília no meio da tarde. Às 15h30, tinha reunião prevista com Pedro Cesar Sousa, subchefe para Assuntos Jurídicos da Secretaria-Geral da Presidência da República.
Seis Cirurgias
Desde que sofreu um atentado a faca na campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro foi submetido a seis cirurgias. Duas delas não tiveram relação com a facada: uma vasectomia e uma retirada de cálculo na bexiga.
Em janeiro deste ano, Bolsonaro divulgou uma foto com sonda nasogástrica após ser internado no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo. Na ocasião, o presidente interrompeu as férias no litoral catarinense e deu entrada no hospital na capital paulista, onde já ficou internado em outras ocasiões.
Após alguns dias de internação, ele recebeu alta hospitalar sem a necessidade de procedimento cirúrgico.
Veja o histórico de cirurgias:
Procedimentos relacionados à facada:
6 de setembro de 2018: Após a facada, Bolsonaro fez primeira cirurgia na Santa Casa de Juiz de Fora (MG). Ele teve lesões nos intestinos delgado e grosso e passou por uma cirurgia que durou cerca de 2 horas. O intestino foi ligado a uma bolsa de colostomia.
12 de setembro de 2018: Em São Paulo, Bolsonaro passou por uma segunda cirurgia, considerada de emergência, para reparar uma obstrução no intestino. O procedimento durou cerca de 1 hora e foi considerado bem-sucedido.
28 de janeiro de 2019: Já na Presidência da República, Bolsonaro realizou cirurgia para retirada da bolsa de colostomia colocada após facada. Foram retirados de 20 a 30 centímetros do intestino grosso de Bolsonaro na parte que ligava o intestino delgado à bolsa de colostomia.
8 de setembro de 2019: Para corrigir uma hérnia na cicatriz de uma operação anterior, Bolsonaro foi submetido a uma nova cirurgia. A hérnia ocorreu em razão das últimas três cirurgias. O procedimento, considerado de médio porte.
Procedimentos não relacionados à facada:
30 de janeiro de 2020: Bolsonaro fez uma vasectomia, procedimento médico de esterilização para homens que não desejam ter mais filhos biológicos, no Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília.
25 de setembro de 2020: Presidente foi submetido a uma cirurgia para a retirada de pedra na bexiga, no Hospital Albert Einstein, zona sul de São Paulo.
*informações Metrópoles