Polícia foi chamada para “restabelecer” a ordem pública ameaçada
Do portal Metrópoles –
A vida não está fácil pra ninguém. Na noite desta sexta-feira (1º/4), por volta das 22h30, o jornalista Silvio Costa, editor do site Congresso em Foco, comemorava seu aniversário na companhia de dezenas de amigos quando a polícia chegou sem ser convidada.
Costa mora em um prédio do Noroeste, região administrativa de Brasília. A festa era privada. A certa altura, um dos participantes gritou “Fora Bolsonaro”. Os demais aderiram, e o coro se fez ouvir por alguns minutos, não mais do que 5, se tanto.
Foi tempo suficiente para que moradores de um prédio vizinho, alguns deles eleitores de Bolsonaro, acionassem a polícia a pretexto de que a ordem pública, àquela hora, estava sob ameaça. Policiais do 3º Batalhão Militar foram despachados para o local.
Interrompida a festa, o sargento que comandava a operação ouviu do aniversariante que “todas as pessoas têm o direito de se manifestar, independentemente de posição política”. A resposta foi que Costa seria levado para depor na delegacia mais próxima.
Os convidados rebelaram-se e não o deixaram ir. Uma advogada acusou os policiais de “abuso de autoridade”. Então, o aniversariante foi obrigado a assinar “um termo circunstanciado” onde se comprometeu a ir depor, hoje, na delegacia.
E sem que mais se ouvissem gritos de “Fora Bolsonaro”, a ordem pública, afinal, foi restabelecida naquele pedaço do setor Noroeste de Brasília, a poucos quilômetros de distância do Palácio da Alvorada, residência do presidente da República, de emas e antas.
Foi uma ocorrência banal, se comparada com os atos quase diários de agressão de Bolsonaro à ordem constitucional — essa, sim, gravemente ameaçada.