Atraso na aplicação da segunda dose pode resultar em aumento de casos, hospitalizações e óbitos, alerta presidente do Conass
Do portal Metrópoles –
O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Nésio Fernandes, alertou para um possível aumento de casos e hospitalizações por Covid-19 a partir do segundo semestre deste ano. O discurso ocorreu durante reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT).
Segundo o médico, que também é secretário de Saúde do Espírito Santo, a quantidade de pessoas com a segunda dose da vacina atrasada é determinante para uma piora no cenário dos próximos meses.
Dados do Ministério da Saúde, publicados na plataforma Localiza SUS neste sábado (30/4), apontam que 174.8 milhões de brasileiros tomaram a 1ª dose da vacina. Cerca de1 54.7 milhões receberam a 2ª dose. A diferença é de aproximadamente 20 milhões.
“Considerando a quantidade de pessoas aptas atrasadas e há mais de seis meses sem receber a última dose que temos no Brasil, o cenário do segundo semestre neste ano pode ser um cenário de risco”, afirmou Nésio.
O secretário afirmou que o cenário pode ser controlado se o governo investir em ações para “recuperar a capacidade de vacinação da população brasileira”. Nésio ressaltou a importância de estabelecer meta de ao menos 90% para a cobertura vacinal contra Covid. “Podemos ter um segundo semestre com máscaras e muitos testes”, pontuou.
O gestor propôs que um plano de ação seja criado nos próximos 90 ou 120 dias.
“Precisamos ter documentada qual é a meta de vacinação. Precisamos ter 90% das crianças vacinadas com esquema completo, 90% dos adultos, dos idosos, com segunda dose e reforço. Até hoje não temos documentação de qual é a meta de vacinação. É preciso estabelecer qual é a meta e quando e quais ações vamos estabelecer para alcançar a meta em um menor espaço de tempo”, ressaltou.
Indicadores
De acordo com o Consórcio de Veículos de Imprensa, o Brasil vacinou 82,12% da população com a 1ª dose e 75,68% com a segunda. Somente 38,65% dos brasileiros receberam a dose de reforço.
O Brasil registrou 185 mortes provocadas pela Covid-19 nas últimas 24 horas. A média de óbitos diários está em 121. O número representa alta de 18% em relação ao verificado há 14 dias.
Este é o primeiro aumento em 65 dias. O índice estava em queda desde 22 de fevereiro.