Em seu segundo mandato como vereador, Ricardo Sabino foi reeleito pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), partido de sustentação do prefeito Sérgio Azevedo no Legislativo de Poços de Caldas, município do Sul de Minas Gerais.
O convidado desta semana para o “Entrevista Exclusiva” também é conhecido por Ricardo da Zélia, nome da sua esposa com quem é casado há 22 anos e da união nasceu a filha Amanda, hoje com 17 anos de idade.
Ele conta que, Ricardo da Zélia é a forma como ele é conhecido tanto em meio à sua maior atuação, que é a igreja, como no meio político e, juntamente com sua esposa, têm uma história de superação e essa história fez com que não desse para separar o Ricardo da Zélia e a Zélia do Ricardo, em encontros de casais é assim que a gente se apresenta.
Ricardo Sabino é graduado em pedagogia, em história e em gestão pública. É professor da rede privada de educação onde ministra aulas de história no Colégio São José da Imaculada Conceição.
Alô Poços – Vereador como está sendo esse mandato, essa experiência como vereador?
Ricardo Sabino – É diferente, Paulo. Diferente no sentido de que o segundo mandato ele vem com um pouco mais de experiência. Quando cheguei, em 2017, para o primeiro mandato, eu apanhei de mais, no sentido de que tudo era novo, a gente chega com aquela perspectiva de mudar o mundo, a gente quer ser o salvador da pátria e a gente se frustra bastante. Essa é a realidade porque a coisa pública é morosa, burocrática. Então, não é da forma que nós gostaríamos que fosse.
Depois a gente começa a entender como, dentro desta estrutura existente, nós podemos realizar um bom trabalho.
Graças a Deus, acredito que pelo trabalho executado nesse primeiro mandato, fui reconduzido ao segundo mandato e, agora, com mais experiência, com mais visão, eu vejo que consigo dar continuidade ao que eu comecei em 2017.
O papel de um vereador é, principalmente a fiscalização, mas, também o propor caminhos, encontrar alternativas para a cidade, poder melhorar a condição de vida, a situação do seu munícipe. Então, é sempre nesse sentido o trabalho do vereador, o trabalho do vereador Ricardo Sabino.
“A semana municipal da pessoa com deficiência – esta semana, de forma federal, já existe, mas, para que Poços de Caldas possa criar mecanismos internos e oficializar, por que nós temos instituições muito competentes aqui que já têm um trabalho voltado para celebrar as pequenas vitórias que já existiram até aqui, mas, tornar isso lei, para que cada vez mais nós possamos criar a cultura da inclusão, porque eu sempre comento que o obstáculo físico ele existe e precisa ser melhorado, mas, ele melhor e mais facilmente transposto do que o outro obstáculo, que ainda está na cabeça de algumas pessoas, existe o preconceito”.
Ricardo Sabino, vereador (PSDB).
Alô Poços – Quando se fala em proposições a gente logo imagina projetos. Como estão os projetos do vereador Ricardo Sabino em termos de aprovação na Câmara e aceitação do Executivo?
Ricardo Sabino – Eu sou uma pessoa mais preocupada com a qualidade do que com a quantidade, por que, Paulo, se nós buscarmos, agora, a quantidade de lei que Poços de Caldas tem aprovada é algo muito grande e a gente não cumpre grande parte dessas leis.
Então, eu não acho que o caminho é ficar inventando novas leis simplesmente para ter quantidade. A qualidade e a fiscalização daquelas boas leis que já existem, na minha opinião, é a forma mais eficaz e eficiente de o vereador estar executando o seu trabalho.
Eu poderia citar aqui, falando desse mandato, que teve início no último ano, tenho um projeto para tornar essencial a escola. Nós, ao assumirmos o mandato no ano passado, ainda estávamos em toda aquela realidade da pandemia, nós vimos o quanto sofreram nossas crianças, nossos jovens, porque a escola, além de ser um espaço de educação, de aprendizagem, é espaço da socialização, então, com a doutora Regina [Cioffi], nós dois assinamos juntos esse projeto, foi bastante complicado naquele momento, os entendimentos nem sempre convergem, mas, o diálogo ele precisa prevalecer. Nessa ocasião, propusemos uma Audiência Pública para dialogar sobre a necessidade de voltar com toda segurança, com todo o protocolo, mas, sim, encontrar caminhos para que as aulas pudessem começar a voltar, por que nossas crianças, nossas famílias sofreram muito nesse processo todo.
Eu gosto de destacar esse projeto porque eu sei da sua importância, como educador, como professor, não há dúvida de que a educação é uma bandeira muito importante pra mim.
Minha esposa é cadeirante, não sei se você sabe dessa realidade. A Zélia teve paralisia infantil aos 11 meses, eu já a conheci e nos casamos dentro dessa realidade.
Embora não tenha uma deficiência física, eu convivo muito de perto com essa realidade, então, uma bandeira que eu sempre defendi, uma luta que eu sempre travei aqui, é com relação à acessibilidade, à inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho e também em todos os espaços, porque falar de acessibilidade é falar de promover condições, promover a igualdade de condições.
Dessa forma, estão na minha frente aqui, hoje [última quinta-feira, 28], estão entrando dois projetos de lei que institui a semana municipal da pessoa com deficiência – esta semana, de forma federal, ela já existe, mas, para que Poços de Caldas possa criar mecanismos internos e oficializar, por que nós temos instituições muito competentes aqui que já têm um trabalho voltado para celebrar as pequenas vitórias que já existiram até aqui, mas, tornar isso lei, para que cada vez mais nós possamos criar a cultura da inclusão, porque eu sempre comento que o obstáculo físico ele existe e precisa ser melhorado, mas, ele melhor e mais facilmente transposto do que o outro obstáculo, que ainda está na cabeça de algumas pessoas, existe o preconceito.
Então, nós precisamos criar uma cultura de inclusão e nesse sentido esse projeto pode ajudar bastante.
Outro projeto de lei, também para esse público, que entra hoje [última quinta-feira, 28], na reunião das comissões e que eu vou entrar daqui a pouco, é sobre a gratuidade para o acompanhante no transporte público para a pessoa com deficiência. É claro que dada a necessidade, via comprovação de que esta pessoa tem uma necessidade financeira, uma carência financeira, para que essas pessoas possam também ter um pouco mais de olhar de carinho do poder público para suas consultas e também seus passeios, seus momentos de lazer, tendo um acompanhante, porque um deficiente, existem exceções, mas, normalmente, precisam de pessoas que os ajude justamente por conta desses obstáculos que nós encontramos por toda a cidade.
“Estar na base me dá diálogo mais aberto, mas, isso também não quer dizer que eu não tenha, algumas vezes, ao longo desse mandato completo e esse iniciado, alguns momentos que eu votei contrário aquilo que o prefeito desejava porque não é porque eu sou da que eu tenho que com tudo o que ele faz, com a forma como ele pensa”.
Ricardo Sabino, vereador (PSDB).
Alô Poços – Se por um lado a gente vê que é prerrogativa do vereador proposições de projetos, de indicações e requerimentos solicitando informações, por outro lado a gente tem a fiscalização dos atos do poder Executivo.
Nesse aspecto, como é estar vereador no partido de base do prefeito em face das diversas denúncias que a gente têm denunciado, têm visto, têm acompanhado, como a questão de contrato com a Secretaria Municipal de Educação, os contratos com Secretaria Municipal de Saúde, servidores concursados afastados ou deslocados de setor para terceirizados sendo colocados no lugar. Como o senhor analisa isso?
Ricardo Sabino – Paulo, o fato de estar hoje, no partido que compõe a base do governo não me impede de agir conforme a minha consciência.
Eu já votei inúmeras vezes aqui de forma contrária aquilo que seria o desejo do prefeito.
É claro que, eu estando dentro da base, é mais fácil eu ter um diálogo e dizer, olha, vamos melhorar esse projeto, vamos baixar em diligência para que esta questão possa ser melhorada. Esta situação aqui não vai ser aprovada nós precisamos encontrar aquilo que está sendo solicitado por nossas assessorias
Dessa forma, estar na base me dá diálogo mais aberto, mas, isso também não quer dizer que eu não tenha, algumas vezes, ao longo desse mandato completo e esse iniciado, alguns momentos que eu votei contrário aquilo que o prefeito desejava porque não é porque eu sou da que eu tenho que com tudo o que ele faz, com a forma como ele pensa.