O Alô Poços na coluna Entrevista Exclusiva dessa semana traz um bate-papo com o vereador Sebastião Roberto dos Santos (Republicanos), que adota uma linha independente dentro Legislativo de Poços de Caldas, município do Sul de Minas Gerais, e foi o único a defender o afastamento de Carlos Mosconi do cargo de secretário Municipal de Saúde durante os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde.
O vereador tem 67 anos de idade, é casado, tem um casal de filhos e um casal de netos. Ele é formado em Gestão Pública e pós-graduado em Administração Pública e é pastor evangélico.
Durante o bate-papo, Roberto Santos explica a defesa de afastamento de Carlos Mosconi do cargo de secretário da Saúde e a avaliação de “peso morto” com relação ao ex-secretário de Governo, Celso Donato. Ele também toco em um assunto polêmico, o fim das charretes, ao que se posiciona contrário.
“Olha, eu fui o único porque não existe CPI sem afastar quem está na frente. O resultado, o que disse ali [no Plenário], vai terminar em pizza, porque, se não afastar quem está na administrando da pasta vai terminar em pizza”.
Pastor Roberto Santos (Republicanos) sobre o pedido de afastamento do Dr. Carlos Mosconi (PSDB) da Secretaria Municipal de Saúde.
Alô Poços – O senhor foi o único que defendeu o afastamento do secretário Carlos Mosconi em decorrência da CPI da Saúde. Como o senhor avalia o episódio do anúncio da saída e, tão logo, o da permanência no cargo?
Roberto Santos – Olha, eu fui o único porque não existe CPI sem afastar quem está na frente. O resultado, o que disse ali [no Plenário], vai terminar em pizza, porque, se não afastar quem está na administrando da pasta vai terminar em pizza.
Infelizmente vai ser um trabalho exaustivo, cansativo, dos nossos colegas e vai caducar mais uma CPI dentro dessa Casa.
Alô Poços – Vereador, as denúncias que aportaram a essa Casa também já foram enviadas ao Ministério Público, que paralelamente vai apurar isso. Mesmo assim o senhor acredita que acabará em pizza todo esse histórico, todas essas denúncias?
Roberto Santos – Eu acredito que sim, porque o doutor Mosconi é uma pessoa bem influente na cidade, conhecida, e o retorno dele, acho que não foi à toa, não.
O retorno dele é para pagar fogo.
“Peso morto porque ele estava atrapalhando o prefeito a funcionar. Agora, vamos ver se o Paulo [Nei Castro Jr., secretário de Comunicação e secretário interino de Governo] tem outra postura. Estou acreditando que vá mudar o perfil de trabalho do prefeito”.
Roberto Santos sobre o ex-secretário de Governo e pré-candidato a federal, Celso Donato (PSD).
Alô Poços – O senhor afirmou, recentemente, que o ex-secretário de Governo, Celso Donato, era um peso morto na Administração Municipal. Qual o motivo para essa avaliação?
Roberto Santos – Porque ele era um secretário que funcionava junto do prefeito, atendendo o prefeito e atendendo os vereadores que têm que ser os sustentáculos do prefeito.
Não me atendeu em nada e os outros [vereadores] também reclamando que ele não atende. É uma pessoa que te atende com palavras, mas, não atende com ação.
Eu sou um vereador que, na minha posse eu disse: “Eu não vou fazer de papel, como faço guerra de papel”. Eu quero ter um bom relacionamento com as secretarias e tudo que precisa de uma secretaria, se vai através dele não funciona.
Peso morto porque ele estava atrapalhando o prefeito a funcionar. Agora, vamos ver se o Paulo [Nei Castro Jr., secretário de Comunicação e secretário interino de Governo] tem outra postura. Estou acreditando que vá mudar o perfil de trabalho do prefeito.
Alô Poços – O seu partido, o Republicanos, faz oposição ao governo Sérgio Azevedo. Como é a sua relação partidária e como avalia críticas à sua posição diante do governo?
Roberto Santos – Eu não faço oposição ao prefeito. O que é bom para o povo, eu estou junto com ele, o que é ruim para o povo, eu não acompanho o prefeito.
Eu sou livre aqui na Câmara. Eu tenho independência para votar sim ou não. Ontem mesmo [semana passada], fui o único que votei contrário. Colegas se abstiveram do voto.
Eu votei contra porque eu dou minha “cara” a tapa. Só fiz um voto aqui de abstenção e jurei pra mim mesmo que nunca mais voto abstenção, é sim ou não.
Eu tenho que botar a cara à tapa.
Agora, com respeito à oposição ao prefeito, eu não faço oposição ao prefeito, mas, também não sou da base dele, de ficar melando. Aquilo que é bom para o povo, eu estou junto com ele, aquilo que eu vejo que não é bom, eu estou contra.
Por exemplo, charreteiros. Se ele resolver o problema dos charreteiros, de dar um fim legal para os cavalos, indenizando os charreteiros, empregando os charreteiros, eu estou com ele, apesar de que a charrete é um patrimônio.
Ele deveria estar preocupado com outras coisas mais importantes para Poços de Caldas, não ficar preocupado com as charretes.
Ele, o Executivo, o prefeito, deveria estar colocando as charretes como um patrimônio cultural de Poços de Caldas, porque as pessoas de fora vêm aqui, elas andam nas charretes não por causa da charrete e não por causa do charreteiro. O protagonista de tudo isso é o cavalo, se tirar o cavalo vai acabar o turismo da charrete em Poços de Caldas [se referindo à substituição por veículos].
“Projetos já tem demais. Nós estamos fazendo aqui, a Comissão de Democratização, eliminando quase cem projetos. Se não me falhe, uns 70 projetos, mais ou menos, estão sendo eliminados. Está esse congestionamento de projetos e vem projetinho aí sem benefício nenhum”.
Alô Poços – Quais são os seus projetos prioritários?
Roberto Santos – Projeto de trazer recursos através dos meus deputados. Eu tenho dois estaduais e um federal, agora vem mais um federal para a agremiação. Buscar recursos para ajudar a alavancar o nosso município.
Eu não quero me preocupar com o projeto aqui na Câmara.
Projetos já tem demais. Nós estamos fazendo aqui, a Comissão de Democratização, eliminando quase cem projetos. Se não me falhe, uns 70 projetos, mais ou menos, estão sendo eliminados. Está esse congestionamento de projetos e vem projetinho aí sem benefício nenhum.
Então, o projeto que eu tenho é trazer recursos, como tenho trago, dos meus deputados estadual e federal.
Hoje, a neonatal da Santa Casa, grande parte da reforma ali é [recurso] do Mauro Tramonte [deputado estadual] com o deputado Gilberto Abrão, que é federal.
Então, eu tenho que levar essa bandeira, que foi através de deputados do meu partido.
Eu ajudei a comprar equipamentos para os bombeiros através dos deputados. Botei dinheiro para a reforma de boa parte do Hospital Municipal “Margarita Morales”, lá na zona Sul.
Para a Polícia Militar pedi uma caminhonete que já está a caminho. É mais uma viatura para a Polícia Militar, e mais recursos para Educação, pedi também um carro para a Secretaria de Educação, deve estar vindo também.
Então, eu quero ajudar o município sem ter problema de muita guerra de papel, projetos. Não precisa mais, nós temos que trabalhar, buscar recursos junto aos nossos deputados lá em Belo Horizonte e em Brasília.
Alô Poços – Vereador, para a gente encerrar, o senhor é candidato ou já tem candidatos a apoiar para deputado estadual e federal e qual mensagem o senhor deixa para os eleitores de Poços de Caldas e do Sul de Minas Gerais?
Roberto Santos – Eu não sou. Fui convidado para ser candidato, para ajudar o meu partido, eu não quis. Vai ser muito desgastante.
Então, eu tenho meu candidato a estadual, tenho meu candidato que já são deputados a federal, que já me ajudaram e vão me ajudar muito mais, tenha certeza.
Eu tenho um projeto para a zona Sul, de instalar uma fábrica de biscoitos igual tem em Andradas. O meu deputado me prometeu que, no ano que vem, ele vai me ajudar a levar esse projeto para a zona Sul.
É um projeto para a pessoa trabalhar em casa, não ser preciso de vir da zona Sul para cá, andar esse trecho a pé porque a passagem está muito cara e o salário muito baixo. Então, vamos trabalhar em casa, fazer igual faz em Andradas, fabricar biscoitos e vender para os turistas e vender na comunidade.
E quero lembrar aos nossos eleitores, não somente nossos eleitores, mas, Poços de Caldas como um todo, que estou sempre à disposição de ser útil para o município, porque a política aqui é bem confusa, bem complicadinha, mas, a gente vai vencendo e, com certeza, no final a gente vai prestar contas de coisas positivas.