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Documentos apresentados pela Santa Casa e pelo Santa Lúcia apenas atestam que não há, no primeiro caso, e que há, no segundo caso, relação comercial dos hospitais com a empresa denunciada
Transcorridos mais de um mês após a denúncia publicada pelo Alô Poços que apontava coincidências de que o vereador Flávio Togni de Lima e Silva (PSDB) supostamente seria sócio oculto da empresa Bela Vida Produtos Médicos e Odontológicos Eireli, inscrita no CNPJ nº CNPJ 23.642.052/0001-67 – empresa que seria fornecedora de produtos para os Hospitais da Santa Casa e Santa Lúcia – o vereador enfim se manifestou apresentando documentos que, “teoricamente”, comprovam que a denúncia não é verídica.
Na primeira vez em que foi procurado pela reportagem do Alô Poços, no Plenário da Câmara Municipal na tarde de 10 de maio de 2022, o vereador foi questionado sobre a Bela Vida, assegurando ao parlamentar o direito ao contraditório e a ampla defesa, tendo a oportunidade de apresentar a sua versão dos fatos, também publicada na referida matéria.
Na ocasião, Flavinho disse que conhecia a empresa e que a vendeu, juntamente com seu estoque de produtos, em 2015. Ele negou qualquer irregularidade e alegou que a empresa não possuía contratos com a administração municipal.
Cabe ressaltar que o Alô Poços recebeu a denúncia, e publicou, conforme preceitos legais e ético-profissionais, checando os dados apresentados na denúncia e apresentando documentos públicos disponíveis no sitio da Receita Federal do Brasil, documentos esses publicados na referida matéria, conforme preceitua o Código de Ética do Jornalismo.
No dever do ofício, publicamos as coincidências apresentadas na denúncia recebida e os dados apurados através de documentos publicamente disponíveis, dando publicidade, fundada no direito de informar que rege o jornalismo, ressaltando que nenhuma acusação fora feita na matéria publicada, apenas a publicidade da suspeição diante aos fatos apresentados pelo denunciante e os documentos obtidos.
Em todos os momentos, deixamos o espaço aberto ao vereador e aos demais envolvidos, bem como para as pessoas jurídicas citadas na matéria. Inclusive, publicamos a posição de cada um que nos procurou para apresentar suas versões à posteriori da publicação da matéria. Ressaltando que os mesmos também foram procurados previamente.
Vereador
O vereador foi o único a não procurar o Alô Poços após a publicação da denúncia. No entanto, encaminhou notificação extrajudicial através de seu advogado exigindo a retirada da matéria do ar e a retratação, dentro de sete dias, sem apresentar nenhum documento que comprovasse o contrário do que foi denunciado.
O Alô Poços então respondeu à defesa do vereador, colocando o espaço novamente à disposição para que o mesmo pudesse esclarecer os fatos, mas ressaltando que não caberia a retirada da denúncia até que se apresentassem provas do contrário.
A partir daí, o vereador enviou nova notificação extrajudicial, apresentando três documentos anexos: o contrato de venda da empresa Bela Vida em 2015 e dois atestados, um da Irmandade do Hospital da Santa Casa de Poços de Caldas, alegando que não havia sido procurada pelo Alô Poços ou por seu jornalista e também declarando que “em nenhum momento, realizou qualquer tipo de aquisição de produtos da empresa Bela Vida”.
Veja o documento:
Já o segundo atestado foi emitido pelo Hospital Santa Lúcia, também negando que tenha sido procurado pelo Alô Poços e admitindo a compra de produtos da Bela Vida entre os anos de 2016 a 2020, por seis vezes, compras somando o valor de R$ 1.508,00.
Veja o documento:
Os documentos apresentados pouco acrescentam quanto ao esclarecimento da denúncia. O fato novo são os “atestados” apresentados pelos Hospitais, que nada mais são do que a transparência quanto suas relações comerciais, ou não, com a referida empresa.
Quanto ao contrato de venda da empresa Bela Vida Produtos Médicos e Odontológicos, em nada muda os fatos noticiados pelo Alô Poços.
Direito de resposta
O vereador apresentou, ainda, um “Direito de Resposta”. No documento, ataca este veículo de comunicação, ressalta que inexiste qualquer prova do que fora publicado, afirma que este veículo não faz jornalismo sério e que tem objetivo de macular a imagem do nobre vereador porque ele é pré-candidato a deputado estadual. Além de exigir que se publique um histórico de ações do vereador.
Veja o documento:
Alô Poços
Ressaltamos nosso compromisso público de levar informação de forma imparcial à população Poços-Caldense, sempre pautados pela ética jornalística e pelo livre exercício da liberdade de imprensa.
O nobre vereador se esquece, ou desconhece, sobre o papel da imprensa, o direito de informar e a liberdade de imprensa e expressão. Ressaltando que investigações mais completas exigem poder de polícia e investigação, que não cabem ao jornalismo ou ao jornalista, mas aos órgãos competentes.
Quanto à tentativa de dizer que temos o objetivo de “macular” sua imagem ou candidatura, o Alô Poços apresenta números e fatos. Basta que o leitor faça a busca pelo nome do citado vereador no canto superior direito da página que encontrará 63 publicações com seu nome. Apenas a referida denúncia é “negativa” ao nobre vereador.
Aos leitores esclarecidos que desejam bem informar-se, que possam livremente formular suas opiniões sobre os fatos publicados. Não nos intimidamos com qualquer tentativa de silenciar a verdade!
