O preço do diesel ultrapassou o da gasolina em diversos postos de Minas Gerais pela primeira vez na história, segundo o Minaspetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais). Na semana passada, a Petrobras anunciou o aumento de 14,2% no valor do combustível.
Ao BHAZ, o presidente do Sindtanque MG (Sindicato dos Transportadores de Combustíveis de Minas Gerais) revela que todo o setor de transporte está insatisfeito com essa nova realidade. Caso a Petrobras não esclareça o novo aumento nos valores do diesel, é possível que a categoria faça uma paralisação na próxima semana.
“Um caminhão abastece, por vez, com 400 a mil litros de diesel. Já um automóvel comum abastece com 60 litros. O consumo é muito maior que o de gaslina, por isso fica mais lucrativo aumentar o valor. Tá sendo um problema real, e todo o setor de transportes está indignado”, narra Irani Gomes.
Caso a Petrobras não esclareça a política de preços, é possível que a categoria se mobilize e faça paralisações em todo o Brasil.
Novos aumentos
A Petrobras anunciou aumentos de 5,2% no preço da gasolina e de 14,2% no preço do diesel na última sexta-feira (17). Os novos valores entraram em vigor a partir do dia 18 deste mês. O último reajuste no preço do diesel ocorreu há 38 dias, no dia 10 de maio. Já a gasolina teve seu último ajuste no dia 11 de março.
A empresa informa que o preço médio de venda de gasolina para as distribuidoras passará de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro. Já o preço médio do diesel de venda da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro. O valor do gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido como o gás de cozinha, não sofreu aumento.
Sanção de Bolsonaro ainda não beneficia consumidor
Na noite dessa quinta-feira (23), o presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou a lei que define o combustível, a energia elétrica e outros itens como essenciais e indispensáveis. Isso impede que os estados cobrem uma taxa superior à alíquota geral de ICMS, que varia de 17% a 18% a depender de cada um. A expectativa era de que os preços da gasolina e do diesel caíssem após a sanção do texto.
No entanto, nesta manhã, o Minaspetro informou que a diminuição do preço do combustível ainda não está sendo repassada pelas distribuidoras aos postos em Minas. De acordo com o sindicato, “a maioria das companhias distribuidoras não estão repassando o reajuste de queda do ICMS para 18%, calculado em cerca de R$ 1,60”.
“Em contato com as distribuidoras, alguns diretores do Minaspetro receberam informações que o repasse pode ser realizado de forma gradativa. As informações dão conta que as distribuidoras ainda não estão repassando integralmente”, diz nota.
A orientação do Minaspetro é que os revendedores “sigam atentos aos seus estoques e em constante contato com os assessores comerciais das companhias, para saber o momento do repasse e a estratégia de venda de cada distribuidora”.
*Fonte: BHAZ