Ministro da Justiça disse que não conversou com Jair Bolsonaro sobre operações da Polícia Federal durante viagem aos Estados Unidos
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, negou, neste domingo (26/6), ter conversado com o presidente Jair Bolsonaro (PL) para alertá-lo sobre a operação da Polícia Federal (PF) que prendeu Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação.
A declaração de Torres foi dada em uma rede social. O ministro fez parte da comitiva presidencial que acompanhou Bolsonaro durante dois dias na Cúpula das Américas, realizada em Los Angeles.
A viagem foi realizada na mesma semana em que Milton Ribeiro afirmou a uma de suas filhas que seria alvo de busca e apreensão. Ribeiro disse que foi avisado por Bolsonaro.
“Diante de tanta especulação sobre minha viagem com o presidente Bolsonaro para os EUA, asseguro categoricamente que, em momento algum, tratamos de operações da PF”, escreveu Anderson Torres.
A discussão sobre uma suposta conversa entre Torres e Bolsonaro teve início após a divulgação de uma ligação telefônica entre Milton Ribeiro e uma de suas filhas. Na ligação, interceptada pela Polícia Federal (órgão vinculado ao Ministério da Justiça e da Segurança Pública), Ribeiro afirmou que Bolsonaro estava com um “pressentimento” de que fariam busca e apreensão em sua residência.
Ribeiro foi preso na quarta-feira (22/6) durante a operação Acesso Pago, da PF, que investiga esquema de corrupção no Ministério da Educação. O ex-ministro e os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, suspeitos de participarem do esquema, foram liberados pela Justiça na sexta-feira (24/6).
Na manhã de 22 de junho, a Polícia Federal prendeu preventivamente o ex-ministro da Educação durante a Operação Acesso Pago, que investiga esquema de corrupção durante a gestão dele à frente do MEC. No mandado de prisão, o juiz elencou ao menos quatro crimes que teriam sido co
Neste domingo, Torres ressaltou que não alertou o presidente Jair Bolsonaro sobre a operação da PF. “Absolutamente nada disso foi pauta de qualquer conversa nossa na referida viagem. #VamosEmFrente”, escreveu. Veja a publicação.
Investigação
Apuração da Polícia Federal, obtida pelo jornal Folha de S.Paulo, aponta que o pastor Arilton Moura teve 63 passagens em um hotel de Brasília, utilizado como espaço para negociação de verbas federais com prefeitos. O líder religioso Gilmar Santos tem uma passagem pelo hotel, aponta a PF.
A investigação também mostra que Arilton chegou a se hospedar na mesma data e hotel que Luciano de Freitas Musse, ex-assessor do MEC, em uma das visitas a Brasília.
O hotel Grand Bittar era utilizado pelos pastores para negociar a liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) a prefeitos.
*Fonte: Metrópoles