Veículo teria sido adquirido por R$59.800 com R$39.800 financiados em nome da sua esposa
No dia 22 de abril deste ano, o gerente de projetos Jair Manzini Neto, 39 anos, adquiriu um veículo Volkswagen Jetta, cor preta, placas JKE-0D19/Campestre (MG), na revendedora Infante Veículos, localizado à Avenida Iguaçu, na Vila Nova, zona Leste de Poços de Caldas, município do Sul de Minas Gerais, e, quatro dias após a compra, ao receber o contrato, percebeu que o valor do financiamento foi além do acordado, conforme consta em Portaria da Polícia Civil com base em Boletim de Ocorrência lavrado pela Polícia Militar.
De acordo com Neto, foi feito um pagamento via Pix, no valor de R$20 mil, no ato da compra e o restante financiado em nome de sua esposa, Renata Pereira de Oliveira, com o valor acordado de R$ 39.800, contudo, ao receber o contrato, ele observou que o valor era de R$66.646,02.
O gerente de projetos conta que procurou o vendedor Vinícius Cruz para corrigir o contrato e, também, regularizar a situação do veículo. De acordo com Neto, “o objetivo seria cancelar o contrato fraudulento e criar um novo com base nos valores corretos e a regularização da documentação”.
Ele relata que são multas não quitadas, Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor (IPVA) e licenciamento atrasados que precisam ser colocados em dia para a efetiva transferência para o nome de sua esposa. “Outro ponto que descobri, recentemente, é sobre a falta do catalisador. Peça caríssima em torno de R$10 mil e sem ela não consigo fazer vistoria em SP. Enfim, esse carro só trouxe aborrecimento, infelizmente”, lamenta.
Todavia, como não houve, sete dias após a compra, Neto procurou a Polícia Militar para registrar Boletim de Ocorrência para providências que revertam a situação e apresentem uma solução para o problema que já está refletindo na saúde do casal, em especial na da sua esposa.
A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar a denúncia de estelionato, delito previsto, em tese, no art. 171 do Decreto Lei 2848/40, e determinou a intimação de Renata Pereira de Oliveira, esposa da vítima, na qualidade de testemunha, e dos suspeitos Vinícius Alberto Lorendo Cruz e Alan Infante Silva, sócios da empresa “Infante Veículos”, para prestarem depoimento.
A reportagem do Alô Poços procurou por Vinícius Cruz via WhatsApp para saber se queriam se manifestar sobre o assunto e se haveria a intenção de resolver o problema. As mensagens foram visualizadas pelo vendedor, que chegou a enviar duas respostas apagadas logo em seguida. Em uma delas foi possível começar a ler e dizia que já havia sido prestado depoimento na Polícia Civil, mas, o restante da mensagem foi perdido.
A reportagem do Alô Poços também entrou em contato, via e-mail, com a Polícia Civil de Minas Gerais que retornou esclarecendo que “instaurou inquérito para apurar o fato relatado pela vítima, de 39 anos, e a investigação do crime de estelionato segue em andamento pela Delegacia Especializada de Trânsito e Acidente de Veículos em Poços de Caldas”.