O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberlândia e da 8ª Promotoria de Justiça de Uberlândia, com o apoio da Polícia Militar de Minas Gerais, deflagrou, na manhã desta quinta-feira, 18 de agosto, operação voltada à apuração e responsabilização de um gravíssimo episódio criminoso ocorrido na cidade do Triângulo Mineiro envolvendo o chamado Tribunal do Crime e a maior organização criminosa do país, atualmente com elos internacionais (Primeiro Comando da Capital – PCC).
Os denominados Tribunais do Crime são aparelhos de punição e de repressão social que desenvolveram um modus operandi próprio, fundamentado no extermínio planejado de vidas (por conta dos “julgamentos” realizados e das sentenças definidas pelos líderes da organização criminosa) e sistemático (pela frequência com que executam pessoas nos últimos anos); na violência extrema (realização de torturas, espancamentos e outras formas bárbaras de violência antes das execuções); no disciplinamento (no interior das prisões, em relação aos familiares dos “sentenciados” e na comunidade onde estão instalados); no terror social (pelo pânico gerado nas comunidades e na sociedade em geral) e no poder paralelo em relação ao Estado (pelos ataques realizados e por assumir o controle de determinadas localidades em que existe a presença da facção).
O evento criminoso que ensejou a atuação do Gaeco Uberlândia aconteceu no último dia 28 de maio, oportunidade em que foi noticiado via Central de Operações da Polícia Militar (Copom) que na confluência das Ruas Esplendor e Jaime Siqueira, altura do número 480, Bairro Morumbi, em Uberlândia, uma vítima havia sido sequestrada por indivíduos que estavam fazendo uso de veículos automotores e levada para a região do Assentamento Maná, também nesta cidade, onde foi violentamente espancada e torturada por diversos indivíduos, fato delituoso previsto nos arts. 148 e 288, parágrafo único, do Código Penal, bem como art. 1.º, inc. I, da Lei 9.455/97.
Segundo as apurações, a vítima foi torturada por mais de uma hora e ameaçada de que seria executada ainda naquela data se não confessasse participar de facção criminosa rival. A operação deflagrada nesta data executa o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão nas residências dos suspeitos, assim como cinco mandados de prisão temporária dos investigados, todos sediados em Uberlândia.
A Operação Tribunal do Crime conta com a participação de três promotores de Justiça e de 45 policiais militares.
*Informações MPMG.