Estudos mostram que a doença pode acometer até 40% de jovens brasileiras
O câncer de mama, mais comum entre mulheres com mais de 50 anos, acendeu um alerta para os diagnósticos em pessoas mais jovens do sexo feminino. A doença que, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), acomete cerca de 60 mil mulheres no Brasil a cada ano, mais que dobrou entre o público jovem feminino.
Na última quarta-feira (31), a Câmara dos Deputados concluiu a votação do projeto de lei que cria um programa para acompanhar casos de suspeita ou confirmação de câncer de mama por meio da abordagem individual dos pacientes no Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), esse fenômeno que está reduzindo a média de idade de mulheres com mais propensão a ter o diagnóstico do câncer de mama, não está sendo observado apenas no Brasil, mas também em vários outros países em fase de desenvolvimento.
Para Henrique Lima Couto, mastologista e membro titular da SBM, em torno de 10 a 20% dos cânceres de mama acontecem em público de idade jovem em todo o mundo. No entanto, no Brasil, estudos mostram que a patologia pode acometer até 40% de jovens brasileiras.
“Isso se deve às características de países desenvolvidos, com mudanças de hábitos de vida e exposição a fatores ambientais. Além disso, mulheres jovens com câncer de mama apresentam mutações hereditárias, doenças familiares com propensão ao câncer”, afirmou o médico.
O tumor mamário é o subtipo da doença que mais mata mulheres no Brasil. E, segundo Henrique, diagnosticá-lo em mulheres jovens pode ser um desafio. “As mamas das jovens são mais densas, o que prejudica a mamografia e os resultados do exame. Nesse sentido, é importante que elas realizem o ultrassom ou, eventualmente, também a tomossíntese mamária”, ressaltou.
Alguns pontos devem ser observados com atenção para o diagnóstico do câncer de mama em mulheres mais jovens. De acordo com o mastologista, mulheres de alto risco que têm algum parente de primeiro grau, como irmã ou mãe, que teve a doença ainda muito jovem, devem procurar uma prevenção mais cedo.
“Elas devem começar a prevenção 10 anos antes da idade em que a familiar foi diagnosticada com o câncer. Também é recomendado que comecem a fazer a ressonância magnética aos 25 anos e a mamografia, aos 30”, esclareceu Couto.
Outro aspecto que merece atenção é que os tumores tendem a ser mais agressivos em jovens. Isso porque, esse público normalmente está fora do grupo de rastreamento e por isso, quando tem o diagnóstico da doença, ela já está em estágio mais avançado.
Prevenção
O mastologista afirma que existem duas formas de prevenção ao câncer de mama:
Primária: cuidado com a saúde, boa alimentação, prática de exercícios físicos, consumo moderado de bebidas alcoólicas e alimentos gordurosos, controle dietético e da glicose.
Secundária: mamografia, que deve ser iniciada a partir dos 40 anos.
*informações O Tempo