Trabalhadores da Saúde protestaram em razão da suspensão do aumento do piso-salarial da categoria; Profissionais estavam vestidos de preto em sinal de luto
Profissionais da Enfermagem realizaram um protesto em Passos, Sul de Minas Gerais, na tarde da última quinta-feira (08), para defender o novo piso-salarial da categoria. As faixas de remuneração tinham sido aprovadas pelo Congresso e sancionadas pela Presidência da República, mas a lei foi suspensa pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), no último domingo (04). Assim, os trabalhadores da Saúde optaram por entrar em estado de greve a partir de ontem (09).
A categoria se reuniu na Praça do Rosário vestida de preto em sinal de luto. Usando nariz de palhaço, os manifestantes levaram cartazes, bexigas e pedaços de pano branco nas mãos, percorreram ruas do Centro e terminaram na Santa Casa de Misericórdia de Passos.
A manifestação se iniciou em frente ao prédio da Prefeitura de Passos, na Rua Doutor Carvalho, e teve sequência em caminhada pelas ruas Elvira Silveira Coimbra e Doutor João Bráulio rumo à Rua Santa Casa em frente à SCMP. No local, os profissionais que tradicionalmente trabalham de branco estavam vestidos de preto para expressarem o luto.
Os participantes destacaram que a Enfermagem é o setor que mais teve óbitos durante a pandemia de Covid-19 e que a discussão sobre o novo piso se arrasta há 20 anos sem um desfecho.
“A partir de amanhã estamos em estado de greve, mas vamos aguardar o movimento nacional. O Estado de greve quer dizer que podemos entrar em greve a qualquer momento, lógico que avisando a instituição com 72 horas de antecedência não paralisando totalmente”, explicou o enfermeiro Régis Fonseca.
“Essa manifestação, na verdade, é para reforçar a importância do nosso piso salarial, que deveria ser pago agora, mas não foi, uma vez que foi sancionado no dia 4 de agosto pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ao final da manifestação, após a passeata, na porta da SCMP, fizemos uma assembleia para definir o que os trabalhadores querem”, declarou Anderson Rodrigues, presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Minas Gerais (SEEMG).
“Essa greve não é um ato isolado, é uma ação que realmente terá em todo o Brasil, iniciado nesta quinta e continuando amanhã (9/9). Queremos que a população entenda que essa atitude é para eles também, uma vez que investir na saúde é investir no povo”, complementou.
Conforme Anderson, a greve tem todo o trâmite a ser feito, mas o Sindicato apoiará os trabalhadores e montará as escalas de urgências específicas de cada setor.
O presidente do SEEMG afirma que não é possível parar totalmente com os trabalhos, visto que seria uma atitude irresponsável, mas o movimento terá diminuição da carga horária e realizará somente atendimentos de urgência e emergência.
Os vereadores Dirceu Soares Alves, Aline Gomes Macedo, Gilmara Silveira de Oliveira e Francisco Assis Sena Carvalho, estiveram na manifestação.
*informações Estado de Minas