Os temas mineração, diversidade e recuperação fiscal dominaram o debate realizado nesta terça-feira, 27, entre os candidatos ao governo de Minas Gerais na TV Globo. Este foi o último encontro entre eles — para exposição de propostas e contraste de ideias — antes do primeiro turno da eleição no próximo domingo, 02.
Participaram do debate
- Alexandre Kalil (PSD)
- Carlos Viana (PL)
- Lorene Figueiredo (Psol)
- Marcus Pestana (PSDB)
- Romeu Zema (Novo)
Logo no início do debate, no bloco em que candidatos escolhiam para quem fariam uma pergunta, Romeu Zema apontou Marcus Pestana. O tema era livre. Ele quis saber o que Pestana vai fazer para melhorar a educação, sem aumentar os impostos.
Marcus Pestana defendeu a melhoria das escolas e especialização para professores.
“Nosso programa de governo prevê o envolvimento da comunidade, a escola comunitária e não estatal, o empoderamento das diretoras para que liderem o processo de transformação, a qualificação permanente para os professores e o ensino médio profissionalizante”.
Em outro momento do debate, Lorene Figueiredo disse que o regime de recuperação fiscal vai impedir contratação de servidores e não vai resolver o problema de dívidas.
Ao falar de diversidade, Carlos Viana disse que é conservador, evangélico e que respeita todas as pessoas.
“O primeiro passo na questão da humildade é a competência. Não interessa se a pessoa é branca, negra, se ela é amarela. Se ela tem uma opção sexual diferente. O mais importante é nós termos condição de entender, ‘ela vai executar um bom trabalho?’ e ser respeitada na opção dela. Não adianta a gente querer fazer separações em uma sociedade. É o que me preocupa muito em escola pública. De que adianta a gente ter discussões na escola pública, sobre assuntos como este, se os alunos e as alunas não sabem escrever direito. Não sabem fazer conta. É criarmos uma discussão fora da nossa realidade como povo brasileiro”, falou o candidato.
Mineração
O tema mineração dominou parte do debate, especialmente em relação a mineração da Serra do Curral, que fica na divisa das cidades de Belo Horizonte, Nova Lima e Sabará.
Alexandre Kalil (PSD) disse que é preciso enfrentar as empresas para evitar que a exploração avance na Serra do Curral, que fica na divisa das cidades de Belo Horizonte, Nova Lima e Sabará.
Lorene Figueiredo também defendeu a preservação da Serra do Curral, alvo de disputa por mineradoras.
Zema ressaltou que seu governo pediu o tombamento da Serra do Curral. Segundo ele, ela será preservada.
Marcus Pestana também defendeu a preservação do local.
Considerações finais
O último bloco foi espaço para as considerações finais.
Lorene Figueiredo
“Tem um lado na violência política que morre, tem um que mata. mas eu não quero mais falar disso, eu quero dedicar essa campanha às nossas mães. À minha mãe, da Ana Azevedo, da Sara, da Iza Lourença, à minha filha. Só nós podemos trazer os temas que foram trazidos aqui. Só nós da esquerda. e nós estamos aqui pelos que tombaram. Por nós e por aqueles que virão depois de nós. Pelo direito ao futuro. Por Moa do Katendê, por Marielle, por Lélia Gonçalez, por todas as mulheres e seus filhos. Coube a nossa geração a tarefa histórica de derrotar o facismo. Nós temos uma semana para fazer isso e correr atrás dos votos. Meu maior desejo nessa eleição é que a gente eleja uma bancada de mulheres. De mulheres antifacistas. Então vem com a gente nessa maré de coragem e esperança. Vem com aqueles que insistem em sonhar. Insistem em lutar. Vamos encher a urna com a nossa esperança e com nossos sonhos. No dia 2, Lula lá. Vota 50, vem com o Psol”.
Alexandre Kalil
“Pessoal, governar é um ato de amor. Governar é um ato de agradecimento. Quando você faz um hospital, coloca o hospital de pé, é um ato de amor. Quando se faz um centro de saúde a cada dois meses, é um ato de amor. Quando cê recapeia 200km de rodovia na sua cidade, é um ato de amor. Não vamos dividir o estado. Nós somos mineiros. o Lula quando veio aqui ele disse assim, ‘isso aqui é muito legal, Kalil’. Eu estou com o presidente Lula porque nós vamos mudar a história desse país, a história desse estado. Governar é devolver para a população o que você recebeu. Tem uma coisa importante. Tem que mostrar o que fez. Gritar número não vai resolver. Tem que mostrar o tijolo. Tem que mostrar o atendimento. Tem que mostrar humanidade. Tá na hora de por o coração. Chega de tanto número. Com bom coração, vou cuidar da nossa gente”.
Carlos Viana
“Eu quero conversar com você que mora na região metropolitana e anda nos ônibus lotados todos os dias, que demora uma hora e meia para chegar a Belo Horizonte ou se deslocar. Nós precisamos planejar uma nova região metropolitana, um novo transporte público. Respeitar você. Tem R$2,8 bilhões pro metrô, que eu consegui, tá parado. Nós vamos levar o metrô até Ribeirão das Neves. É possível fazer isso até Betim. Quero conversar com você, mãe, que tenha filho, filha na escola pública, de onde eu vim e pude me tornar um jornalista, um senador. Eu quero melhorar a escola pública. Quero falar com você que vivem em vilas e favelas. Eu quero retomar as habitações populares. Nós vamos pegar o acordo de Mariana que veio aí, os bilhões, e vamos levar para construir habitações populares. Eu quero conversar com você, que como eu, defende a família a liberdade, defende amor no lugar do ódio, e do discurso do ódio. Eu quero um país melhor. Eu estou candidato ao governo e quero ser governador. E defendo o presidente que hoje tem feito muito por nós. Não tenho vergonha de dizer. Minas Gerais recebeu muito apoio e vamos trabalhar muito mais pelo nosso estado”.
Romeu Zema
“Todos sabem, eu assumi um estado quebrado e, enquanto alguns gritam, reclamam, eu continuo aqui trabalhando. E o candidato que representa o passado diz que o Triângulo Mineiro é a mercearia de Minas, um desconhecimento total do interior, e quem é de Uberlândia sabe o desastre que foi o PT lá também. Nessa reta final, o que não vai faltar é fake news, mas o mineiro, eu tenho certeza, já está vacinado contra essa peste. E nem tudo está perfeito no meu governo, não. Temos muito ainda o que fazer. Só que o meu segundo governo vai ser muito melhor do que o primeiro, porque nós não vamos carregar o tanto de problemas que tivemos, a herança que veio para nós, o pior já ficou para trás. E, domingo, o mineiro vai ter de optar: ou vota para o futuro ou para o passado. Peço seu voto para o meu senador Marcelo Aro, 111, e governador, 30.”
Marcus Pestana
“Liliana, obrigado pela sua elegante e firme condução, à Globo por esse espaço democrático, e, principalmente, a você, em casa, que nos assistiu até agora. Quarenta anos atrás, eu me tornava vereador em Juiz de Fora. Meus principais adversários têm só quatro, seis anos de vida pública. Eu não tenho o Zema, o Kalil como adversários. Meus inimigos são a fome, a baixa qualidade de ensino, as dificuldades de acesso ao SUS e as agressões ao meio ambiente. Eu fiz da minha vida inteirinha uma vida dedicada à política e à ação transformadora através da administração pública. Eu tenho experiência política e tenho experiência administrativa. Minha geração pensou outro país. Um país justo e democrático. Você tem nas mãos o futuro de Minas. Domingo, é você que decide. Eu fiz a minha parte, faça a sua.”