Na terça-feira (18/10), o Conselho Municipal de Cultura e a Secretaria Municipal de Cultura de Poços de Caldas receberam um documento de avaliação geral da Flipoços e uma análise da estrutura e atuação da produção do evento na Mesa “Sobre palavras e sons indígenas: entre éticas e estéticas de (in)dependência”. O documento foi elaborado por representantes dos segmentos culturais de Poços de Caldas, que são agentes produtores da Economia Criativa local e estadual, e levantam questionamentos sobre a estrutura produtiva da Flipoços, considerando de que maneira as pautas sociais estão ou não sendo incluídas, abordadas e discutidas, analisando de maneira ampla a configuração da trajetória da feira. Também apresentam uma análise acerca da postura, posicionamento e ações da produção e mediação em um dos eventos que contava com a participação dos intelectuais indígenas Marcia Kambeba e Daniel Munduruku, em 07/09/2022, às 19 horas no Teatro Benigno Gaiga. Em um dos trechos, o documento diz “que cabe à Equipe Gestora da Flipoços reconhecer seu lugar de privilégio, reconhecer suas alianças de patrocínio e fomento e buscar efetivamente cumprir com as “pautas” que têm levantado, de maneira que estas questões e mudanças partam de sua estrutura interna, da sua gestão e não somente em termos de inclusões temáticas, de “conteúdos e palestrantes” na feira. Reforçamos que a presença dessas pessoas (negras, indígenas, lgbtqiapn+) é de extrema importância, mas avaliamos desrespeitoso e incompatível o tamanho despreparo interno – que observamos ser uma condição geradora de constrangimentos e violências simbólicas permanentes ao longo das atividades.” Desde 08/09, a Flipoços tem sido cobrada nas redes sociais e, posteriormente, na última reunião com o Conselho Municipal de Cultura, a se declarar sobre o ocorrido, mas, até a presente data, nenhum posicionamento oficial aconteceu. O material na íntegra, carta e vídeos da reunião estão disponíveis no perfil @cianosdeteatro no Instagram, ou no link: https://linktr.ee/cartamesaflipocos2022 os representantes estendem o convite à leitura do documento aos artistas e agentes culturais da cidade, pedindo que se façam as mesmas perguntas direcionadas a Flipoços e localizem a si mesmos e seus trabalhos a partir de tais questionamentos. COLETIVOS QUE ASSINAM O DOCUMENTO: Cia Nós de Teatro Projeto Curas (www.projetocuras.com.br) Associação Afro-Ancestral de Poços de Caldas (MG) @assocafroancestral LABSUL – Laboratório Sul Mineiro de Pesquisa de Descolonização. Escola de Capoeira Angola Resistência – Núcleo Poços de Caldas ACANNE – Associação de Capoeira Angola Navio Negreiro – Poços de Caldas Coletivo LGBTQIAPN+ Poços de Caldas.
*Informações e foto: Secretaria Municipal de Cultura de Poços de Caldas