“Você pode se preparar para mudar de cidade. Aqui não você não é mais bem-vindo”. A frase foi dita por uma manifestante para o vereador Diney Lenon (PT), que teve sua moção em apoio ao Colégio Municipal recusada na sessão de ontem. Com o título “Moção de Apoio ao Colégio Municipal Dr. José Vargas pelas atividades realizadas na semana do Halloween” (Dia das Bruxas), o documento só teve três vereadores favoráveis. O caso começou logo após as eleições presidenciais, quando um vídeo com alunos do Colégio Municipal xingando o presidente Jair Bolsonaro, que perdeu a reeleição para Lula, caiu nas redes sociais. O vídeo foi gravado por um homem que estava no pátio do colégio e se mostrou indignado com a atitude dos alunos. Lenon então defendeu o trabalho feito pelo colégio, destacou que também repudia manifestações políticas por parte dos alunos do colégio, mas disse que a instituição tem um longo histórico positivo e não pode ser manchada pelo fato. A plateia, a maioria de manifestantes que vestida a camisa da seleção brasileira, alguns envoltos na bandeira do Brasil, discordou do vereador, assim a sessão se transformou numa grande discussão, quase chegando a maiores consequências. Novamente, o presidente da Casa, vereador Marcelo Heitor (PSC), teve muito trabalho para acalmar a situação. Diney disse que o vídeo é uma montagem e o áudio não condiz com a imagem. Ele foi muito contestado pela plateia e acabou sendo interrompido neste momento. “Entendo a reação das pessoas, mas elas estão com um recorte do vídeo, que não condiz com a realidade”, falou o vereador. Sem convencer, o vereador começou a bater boca com os presentes. A maioria dos vereadores usou a palavra e defendeu os pais presentes, criticando duramente a moção. Defenderam ainda uma posição oficial do colégio e da Secretaria de Educação pelos acontecimentos no Municipal. Um dos momentos mais tensos aconteceu quando foi colocado um áudio, feito pelo filho do vereador Diney. No áudio era dito que os “alunos do colégio precisavam comparecer em peso na Câmara e ofender o vereador Marcelo Heitor”. Heitor se manifestou e lamentou o áudio e disse “não tremer na base”. Ele falou que é preciso saber se o autor do áudio é maior ou menor e chegou a falar que o Conselho Tutelar poderia ser colocado na caso.
O vereador Tiago Braz tentou defender a moção e o colégio, mas também acabou sendo muito vaiado. “Não concordo com as palavras dirigidas ao presidente da Câmara, vereador Marcelo Heitor, mas serei favorável a esta moção”, falou o vereador.
“Meu total respeito à diretora Ângela, uma pessoa que sempre procura apaziguar e ser a mais neutra possível. Mas tem gente decidida a acreditar em alguma coisa. Os meninos foram advertidos. Ela tomou providências, os professores chamaram a atenção dos meninos, mas as pessoas não querem ver isso e só querem discursos de ódio. Muito triste. Está errado xingar o presidente, mas não pode transformar isso na imagem da escola”, finalizou Lenon. Não adiantou. A moção acabou reprovada por 9 votos a 3. Os vereadores que votaram a favor foram Diney Lenon, Tiago Braz e Lucas Arruda. A vereador Luiza Martins estava ausente no momento da votação, assim como o vereador Silvio. Os pais de alunos saíram da casa satisfeitos e aplaudindo muito os vereadores. Diney, no entanto, foi alvo de muitos xingamentos.
*Informações e imagem: Jornal da Mantiqueira