Quatro membros da Tecnoclean foram indiciados pela Polícia Civil por falsificação na produção de petiscos que mataram 14 cães no estado de Minas Gerais. A decisão foi divulgada pelo órgão nesta segunda, 05. De acordo com a delegada Danúbia Quadros, o crime é considerado hediondo e a pena varia de 10 a 15 anos de reclusão.
As investigações concluíram que a causa das contaminações foi a incorreta identificação de lotes de monoetilenoglicol (substância tóxica para animais e humanos) como se fossem propilenoglicol (utilizado na indústria alimentícia).
“Durante as investigações, foi constatado que a empresa Tecnoclean repassou para a fabricante Bassar um produto como sendo de grau alimentício um produto que era de grau técnico”, explicou Danúbia.
Para ela, a empresa assumiu o risco. “Independentemente se é uma prática comum nesse mercado, a Polícia Civil entende que a empresa assumiu o risco do resultado quando possivelmente trocou os rótulos”, disse.
A reportagem entrou em contato com a Tecnoclean, mas não obteve resposta até o momento sobre o indiciamento e a morte do cães. A matéria será atualizada assim que houver um posicionamento.
Investigações
As investigações acerca das mortes dos animais começaram em agosto deste ano. Durante este período, a Polícia Civil e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estudaram os fatos que envolviam as contaminações.
Em 23 de novembro, o Mapa tornou pública a informação de que a causa das contaminações foi a rotulagem incorreta dos insumos.
“A incorreção desta identificação levou ao uso de produto extremamente tóxico na fabricação de petiscos, em quantidades muito acima das doses que são consideradas fatais”, afirma o órgão.
O Mapa também realizou cerca 120 fiscalizações entre comerciantes, fabricantes e distribuidores. Nem todas as empresas fiscalizadas foram interditadas completamente. A interdição se deu apenas nos processos referentes aos produtos identificados com a contaminação por monoetilenoglicol.
Ao longo das investigações, o Mapa determinou o recolhimento de produtos de seis empresas produtoras dos petiscos:
- BASSAR INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA
- PEPPY PET INDUSTRIA E COMERCIO DE ALIMENTOS PARA ANIMAIS LTDA
- UPPER DOG COMERCIAL LTDA
- PETITOS IND E COM DE ALIMENTOS PARA ANIMAIS LTDA
- PETS MELLON INDÚSTRIA DE PRODUTOS PARA ALIMENTACAO ANIMAL LTDA
Todas as empresas tiveram que recolher os produtos contaminados, procedendo à sua destruição.
Em Minas Gerais, 14 cães morreram intoxicados depois de comerem petiscos da Bassar, mas a Polícia Civil informa que em todo o brasil esse número ultrapassa 50.
*Com informações de BHAZ