Cálculos incluem debandada de bolsonaristas do PSL e fortalecimento da bancada no Senado com a saída de Flávio do Patriota
Do Portal Metrópoles, por Victor Fuzeira – Deputados e senadores do PL já começaram a calcular o impacto que a filiação do presidente Jair Bolsonaro, até então sem partido, trará para as bancadas da legenda no Congresso Nacional. Entre projeções e palpites, parlamentes acreditam que a ida do chefe do Executivo federal à sigla de Valdemar Costa Neto poderá torná-la a “maior bancada” do Parlamento.
Na Câmara, os cálculos dos liberais apontam que a chegada de Bolsonaro poderá puxar, pelo menos, 20 novas filiações. Atualmente, o Partido Liberal conta com 43 deputados e, caso a migração partidária se confirme, a nova legenda do presidente poderá somar 63 deputados, superando o PSL que hoje figura como maior sigla da Câmara, com 54 parlamentares.
As projeções internas do PL indicam que será justamente do PSL, sigla na qual Bolsonaro elegeu-se presidente em 2018, que virá grande parte dos novos filiados. A avaliação é de que parlamentares do partido de Luciano Bivar que foram eleitos com o apoio de Bolsonaro aproveitarão a filiação do chefe do Executivo para “virarem a casaca”.
Uma vez confirmada a debandada dos bolsonaristas do PSL, será a primeira derrota da União Brasil, “superpartido” resultado de processo de fusão entre a legenda e o Democratas. A nova sigla nasceu justamente da vontade de seus respectivos presidentes em turbinar a bancada dos partidos, projetando-a como a maior do Congresso.
“Maior bancada do país”
O vice-líder do PL na Câmara, deputado federal Capitão Augusto (SP), resumiu a filiação de Bolsonaro ao partido como um “casamento bom para as duas partes”. “Será bom para os dois. Ao PL, será positivo poder eleger um presidente de seu partido e a Bolsonaro será excelente ter um partido grande, capaz de lhe dar capilaridade”, explicou.
O presidente da Frente Parlamentar de Segurança Pública se mostrou otimismo com o efeito que a filiação do mandatário do país trará à bancada do PL na Câmara.
“Nós estamos estimando que vamos ter a maior bancada do Brasil, com mais de 60 deputados. Teremos pelo menos de 15 a 20 deputados eleitos pelo PSL vindo para o PL. Vamos nos fortalecer e aumentar, em muito, nossa bancada”, comemorou o deputado.
Para o liberal, é difícil que a União Brasil possa fazer frente ao PL. “A fusão deles considera, hoje, os deputados eleitos pelo PSL, mas que deverão sair na próxima legislatura. Não chegarão a 40 deputados”, projetou o parlamentar.
Chegadas e partidas
Na Câmara, o Partido Liberal já dá como certas duas filiações: a de Carla Zambelli (SP) e Eduardo Bolsonaro (SP) – ambos eleitos pelo PSL. Ao que tudo indica, a dupla deverá concorrer à reeleição pelo novo partido do presidente da República. A expectativa é de que a saída dos paulistas puxe a fila de saídas do PSL.
Em contrapartida, há deputados do PL que sinalizaram a possibilidade de deixar o partido após confirmada a chegada de Bolsonaro. Entre eles, está o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (AM). Recentemente, o deputado amazonense defendeu que “não estará no mesmo palanque de Bolsonaro”.
No Senado, a matemática inclui as chegadas de Flávio Bolsonaro (RJ), hoje no Patriotas, e a possibilidade de eleger outros dois senadores pelo partido já em 2022. Atualmente, a bancada conta com quatro senadores, sendo dois com mandatos até 2023 e a outra dupla com mandato até 2027.
Um dos principais articuladores da ida de Bolsonaro ao PL, o senador Wellington Fagundes (MT) destacou o potencial de expansão das bancadas do partido no Congresso. “A filiação fortalece o PL, que deve receber inúmeros quadros. O PL tem hoje a terceira maior bancada de deputados federais e um bancada forte no Senado. É um partido organizado e que está pronto para o desafio da reeleição, abrigando o presidente e seus demais aliados”, defendeu o parlamentar.