O médico Álvaro Ianhez, de 76 anos, foi condenado no ano passado, mas tinha uma liminar que impedia sua prisão
Protagonista de um dos casos mais polêmicos de Poços de Caldas, no Sul de Minas, o médico Álvaro Ianhez, de 76 anos, foi preso ontem (09), em operação conjunta dos ministérios públicos de Minas Gerais e São Paulo, após ter sido condenado em abril do ano passado pela morte e retirada de órgãos de uma criança de 10 anos, ilegalmente, em 2000. Ianhez havia sido condenado a 21 anos e oito meses, mas tinha uma liminar que impedia sua prisão.
O ministro Rogério Schietti Cruz, da 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), foi o responsável por cassar a liminar que impedia a execução da pena imposta ao médico. Então, os MPMG e MPSP organizaram a operação que prendeu Ianhez em Jundiaí, no interior de São Paulo.
Ianhez havia sido condenado por homicídio duplamente qualificado, pela morte e retirada ilegal de órgãos do menino Paulo Pavesi, de apenas 10 anos. A criança sofreu um traumatismo craniano, em 19 de abril de 2000, após sofrer uma queda do prédio onde morava, em Poços de Caldas (MG).
De acordo com a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais, e que foi acolhida pelo Tribunal do Júri, na manhã seguinte em que Pavesi entrou no hospital, o médico afirmou que o menino teve morte encefálica, mesmo sabendo que ele estava vivo.
Ianhez, que se intitulava coordenador da MG Sul Transplantes, retirou os rins e as córneas de Paulo Pavesi. E desobedeceu a Lei de Transplantes, ao encaminhar os rins a pacientes dele e as córneas para uma clínica particular de São Paulo.
O médico foi preso na cidade de Jundiaí, no interior de São Paulo nesta terça-feira (09), em ação conjunta das Polícias de Minas Gerais e São Paulo.