Em jantar, presidente da Câmara sondou parlamentares evangélicos se topam acordo para aprovar Marco Regulatório que libera jogos de azar
Do portal Metrópoles – O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sondou parlamentares evangélicos sobre a disposição da bancada para um acordo que viabilize a aprovação no Congresso Nacional do marco regulatório que libera os jogos de azar no Brasil.
A sondagem foi feita durante um jantar com integrantes da Frente Parlamentar Evangélica na semana retrasada. Ao grupo, Lira disse que sua intenção seria “unir extremos”, trabalhando numa união em temas delicados, como é o caso dos jogos de azar.
O presidente da Câmara ouviu que não há como a frente apoiar essa proposta, independente de seu conteúdo. A chamada “Bancada da Bíblia” avisou ter uma posição intransigente contra a liberação de jogos de azar no Brasil.
Em setembro, o presidente da Câmara criou um grupo de trabalho para tentar um consenso sobre o projeto do Marco Regulatório dos Jogos. O tema tenta avançar na Congresso há mais de 30 anos, mas nunca conseguiu ser aprovado.
Próximo presidente da Frente Parlamentar Evangélica em 2022, o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) estava no jantar e avisou a Lira que a bancada teria votos suficientes para derrubar a proposta, caso ele coloque a matéria em votação no plenário.
Com o “aviso”, parlamentares evangélicos acreditam que o presidente da Câmara não comprará briga com a bancada e com uma legião de fiéis evangélicos em pleno ano eleitoral, por uma proposta que terá dificuldade em plenário.
A expectativa de Lira é que, concluído o grupo de trabalho, ele conseguisse votar o texto ainda neste ano.
Poços de Caldas e seus cassinos
A história dos cassinos em Poços de Caldas tem início no século 19, quando a cidade era ainda uma pequena vila. Registros indicam que, por volta de 1890, os hotéis de então, já recebendo turistas em busca dos tratamentos terapêuticos proporcionados pelos banhos de água sulfurosa, ofereciam aos hóspedes alguns jogos, como forma de lazer durante as estações de cura a que se submetiam, em geral longas.
Considerada por muitos a Las Vegas brasileira, o jogo tornou-se um grande negócio para a cidade, empregando muita mão-de-obra e atraindo jogadores de todo o País, resultando por exemplo na existência de voos regulares para a cidade, partindo das maiores capitais brasileiras (então São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte) após a inauguração do aeroporto em 1938. Por suas características, Poços de Caldas, guardadas as proporções, estaria mais para Monte Carlo do que Las Vegas.
Como em toda cidade que abriga casas de jogo, essas passam a movimentar a economia, de onde vinham salários e gorjetas, muitas vezes na forma das próprias fichas de jogo, que circulavam como moeda regular na cidade. Especialmente nos meses de férias, as temporadas de verão e inverno eram épocas de festa para o comércio local. Ainda hoje é assim, mesmo sem os cassinos.