Ministro da Saúde fez a declaração durante anúncio de que o governo não seguiria recomendação da Anvisa para barrar turistas não vacinados
Do portal Metrópoles – O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta terça-feira (7/12) que é “melhor perder a vida do que a liberdade” ao criticar a imposição de medidas de restrição para conter a disseminação da Ômicron, nova variante da Covid-19.
A declaração de Queiroga foi dada durante o anúncio de que o governo não seguiria recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que fosse exigido dos estrangeiros que chegam ao Brasil o comprovante de vacinação contra o coronavírus. Em vez disso, o governo decidiu adotar a quarentena de cinco dias e o teste RT-PCR negativo antes de liberar estrangeiros não vacinados para circular no país.
Durante sua fala, o ministro defendeu que “não se pode discriminar pessoas entre vacinadas e não vacinadas e, a partir daí, impor restrições”, e repetiu a fala do presidente Jair Bolsonaro de que “é melhor perder a vida que a liberdade”.
“Todos sabem que o presidente Jair Bolsonaro, desde o primeiro momento, disse que era necessário o combate à pandemia, o cuidado com a saúde e a questão da economia. […] É necessário defender as liberdades individuais e respeitar o direito dos brasileiros de acessarem livremente as políticas públicas”, disse Queiroga.
A recomendação da Anvisa foi feita em 25 de novembro deste ano. Como justificativa, a agência reguladora alega que a inexistência de uma política de cobranças dos certificados de vacinação pode fazer com que o Brasil vire um destino para turistas sem vacinação.
O órgão sanitário sugere que seja permitida apenas a entrada de estrangeiros que tenham tomado, há pelo menos 14 dias, a 2ª dose ou a de aplicação única de qualquer vacina aprovada pela Anvisa ou pela Organização Mundial da Saúde. Atualmente, a entrada de estrangeiros no país está proibida por vias terrestre e marítima. Uma portaria interministerial libera o transporte aéreo.
Nessa segunda-feira (6/12), o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 48h para o governo se manifestar sobre a demora em atualizar regras de entrada de viajantes no Brasil. A determinação do ministro atendeu a um pedido do partido Rede Sustentabilidade.