O candidato da terceira via continua sendo uma ficção até aqui
Do portal Metrópoles – O presidente Jair Bolsonaro lutava para garantir vaga no segundo turno da eleição do ano que vem com a esperança de derrotar Lula. Agora, luta para evitar que Lula se eleja direto no primeiro turno.
Desde que a reeleição foi introduzida no país, só um presidente venceu sem precisar disputar o segundo turno: Fernando Henrique Cardoso em 1994 e 1998, contra Lula.
Outro dia, o ex-presidente Michel Temer comentou em conversa com amigos: “O voto do brasileiro pobre é de Lula e ninguém toma dele”. O Ipec, antigo Ibope, foi às ruas conferir, e é isso aí.
57% dos eleitores pobres votam em Lula, 55% dos menos escolarizados também. Os dois grupos são os que mais sofrem com a inflação que aumentou, reduzindo a comida na mesa.
Se a eleição fosse hoje, Lula se elegeria no primeiro turno com 48% dos votos. Os demais candidatos, somados, teriam 38%. Dos que votaram em Bolsonaro, só 45% dizem que o fariam de novo.
A rejeição de Bolsonaro é quase o dobro da rejeição de Lula – 55% a 28%. A de João Doria (PSDB) é de 23%; Sérgio Moro (PODEMOS) 18%; e Ciro Gomes (PDT) 15%.
A eleição de 2022 é sobre tirar Bolsonaro do poder, como a de 2018 foi sobre tirar o PT do poder. Até entre os evangélicos, Bolsonaro vai mal: 33% contra 34% de Lula.
Entre fevereiro passado e agora, a fatia dos eleitores que consideravam o governo bom e ótimo caiu de 28% para 19%. Cresceu de 39% para 55% a dos que o consideram ruim e péssimo.
Para não dizer que a pesquisa só trouxe más notícias para Bolsonaro, eis uma boa: ele aparece em segundo lugar com 21% dos votos. Moro, com 6%, não lhe faz cócegas, nem Ciro com 5%.
O candidato da chamada terceira via, portanto, ainda não pintou no pedaço, e talvez jamais pinte. Cuide-se Doria, que obteve 2%. O Cabo Daciolo (PMB), com 1%, ameaça ultrapassá-lo em breve.
O Ipec entrevistou 2.002 eleitores presencialmente em 144 municípios de todas as regiões entre os dias 9 e 13 deste mês.