Por Tiago Monteiro Tavares –
Coletiva à Mineira
A coletiva de imprensa ontem (14) na Prefeitura, que anunciou a construção do Centro Oncológico com recursos de venda de terrenos foi, mais uma vez, uma feira livre. Muita bagunça, falatório e despreparo de assessores, que não movem uma palha para preparar o espaço e dar lugar a quem ali foi convocado, a imprensa. Assim, fica difícil fazer qualquer coisa decolar!
Show de horrores parte III
A sessão da Câmara Municipal que aprovou ontem (14) o Plano Diretor, teve de tudo! Um verdadeiro show de horrores! O clima já vinha tenso desde semana passada, quando o parecer governista favorável ao projeto foi rejeitado pela Comissão de Constituição e Justiça. Ontem, teve xingamentos, denúncias, bate-boca, ‘claque’ de secretários e servidores da Prefeitura pressionando os vereadores e, no final, virou até caso de polícia. A sessão terminou após 1h30 da manhã.
Casa cheia
O Plenário da Câmara lotou com a participação da população, das construtoras e de uma ‘plateia’ formada por apoiadores políticos da oposição e, em grande maioria, por secretários municipais, servidores e até cargos comissionados da Prefeitura. Muitos seguiam com o crachá, mesmo não estando em horário de serviço, a turma estava atenta às orientações para aplaudir ou vaiar quando necessário fosse.
Constitucional x Inconstitucional
Durou mais de três horas o debate sobre a constitucionalidade da matéria. A primeira discussão foi entre o vereador Diney Lenon (PT) e a vereadora Dra. Regina Cioffi (PP), que não gostou do discurso do petista que enaltecia um parecer da assessoria da Câmara, que dizia que o Plano Diretor, sem os devidos estudos de impacto de vizinhança, carta geotécnica, impactos ambientais e etc, era inconstitucional e quem o votasse seria um criminoso. Dra Regina pediu a leitura do parecer e exigiu que a assessoria se manifestasse pela constitucionalidade da matéria, pois não admitia ser chamada de criminosa.
Queda de braço
O vereador Silvio Rogério, o Silvio Véio (MDB) foi o fiel da balança na CCJ para imprimir a derrota governista na semana passada. De lá pra cá, o clima esquentou. Durante a “coletiva de imprensa” no gabinete do prefeito para anúncio do Centro Oncológico, na manhã de ontem (14), o clima azedou entre Silvio, Dra. Regina e o vereador Kleber Silva (Novo), vice-presidente da Câmara. Segundo Silvio, os dois teriam pedido ao secretário de governo e ao prefeito que não “atendessem” a ele. O vereador não só falou isso no Plenário como denunciou assédio moral para que fosse convencido a votar favoravelmente. Resultado: Dra. Regina disse que isso não é de seu feitio e que “jamais pediria para o vereador não fosse mais atendido pelo prefeito”. Ela prometeu entrar na Justiça contra o colega. (Veja vídeo clicando AQUI).
Promessa não cumprida
O vereador Lucas Arruda (Rede) se debruçou sobre os pareceres da Casa ao Plano Diretor e lembrou de dois momentos importantes na discussão da revisão do Plano: A ida do prefeito Sérgio Azevedo à Câmara em 2016, em seu primeiro mandato, quando pediu que o vereadores adiasse a votação do Plano Diretor e, assim, ele tivesse a oportunidade de fazer os ajustes necessários dentro de 6 meses. Lucas lembrou que se passaram 36 meses e os estudos não foram realizados. O segundo foi que, em menos de 10 dias, a revisão do diagnóstico do Plano Diretor de 2006 foi enviada pela Prefeitura. Detalhe: com dados “projetados” em cima do Plano de 2006.
Caso de Polícia
Já perto do final da sessão, xingamentos e palavras de ordem vindos da ‘plateia’ levaram o presidente da Câmara, Marcelo Heitor (PSC), a lembrar que ofensas como “Facismo” e “Nazismo” são crimes. Foi neste momento que ele foi chamado de “facista” por alguém da plateia. Era a esposa do vereador Diney Lenon (PT). Marcelo parou a sessão e disse que registraria um Boletim de Ocorrência. O caso terminou com a Polícia Militar na Câmara, onde aguardaram na sala da Presidência o fim da sessão para que o B.O. fosse registrado.
Construção Civil
O presidente do Sindicato da Construção Civil de Poços de Caldas (Sinduscom), Rodrigo Batista, acompanhou a votação e falou com o Alô Poços. Para ele, a revisão é importante para corrigir problemas no Plano de 2006. Contudo, entende que há equívocos cometidos pelo Executivo no atual Plano Diretor. Diante dos debates na Câmara Municipal hoje, acredito que deveria ter esperado para dar segurança aos vereadores, ao Executivo e ao setor produtivo.
Perdendo espaço
Rodrigo explicou a posição do setor: “Na hora de investir na cidade o empresário pensará duas vezes, devido a uma lei urbanística engessada e com revisões equivocadas. Poços está perdendo protagonismo na região. Cidades como Pouso Alegre, Varginha e Itajubá fizeram suas revisões de forma estruturada. Precisamos de um novo Plano Diretor totalmente oposto do que foi aprovado hoje (ontem 14).”