Depois de percorrer mais de 2 milhões de quilômetros e dar várias voltas na Lua, cápsula Orion da missão não tripulada da agência espacial caiu com segurança perto da ilha de Guadalupe, na costa oeste dos EUA
O primeiro passo do programa da Nasa que promete levar os seres humanos de volta à Lua parece ter sido concluído com sucesso na tarde deste domingo (11).
Depois de muita expectativa, a missão Artemis I da Nasa amerissou (pousou nas águas do Oceano Pacífico) a cápsula Orion, que agora será recuperada por funcionários da agência espacial e da Marinha dos Estados Unidos.
A cápsula caiu com segurança perto da ilha de Guadalupe, na costa oeste dos EUA, às 14h40 no horário de Brasília.
“A Orion está em casa”, declarou a Nasa em uma rede social.
Embora essa primeira fase do histórico programa de retorno ao nosso satélite natural tenha sido completamente sem tripulação (somente alguns manequins estavam na cabine desta vez), em meados de 2025, a agência planeja pousar a primeira mulher e a primeira pessoa negra na Lua.
Por isso, com o retorno da Orion, a Nasa vai agora avaliar as mais diversas condições físicas e dados computacionais relacionados à trajetória da missão, para assim verificar se de fato poderá mandar algum ser humano nesta mesma cápsula.
A próxima missão da agência, por exemplo, a Artemis II é esperada em meados de 2024 e será bem semelhante à Artemis I, mas com a diferença de que levará uma tripulação humana, que ainda não foi escolhida.
Já a Artemis III será a primeira missão tripulada da agência espacial americana que pousará na Lua desde 1972. A agência pretende fazer história com o programa e pousar nessa fase a primeira mulher e a primeira pessoa não-branca na superfície lunar em meados de 2025.
Para que tudo isso dê certo, porém, a Nasa vai avaliar agora os mais diversos dados da Artemis I.
Um dos principais objetivos da agência durante essa primeira viagem é medir fatores como a vibraçãodentro da Orion, a aceleração e a radiação.
A cápsula tem cerca de 20 metros e foi projetada para suportar o ambiente hostil do espaço. Apesar disso, nenhum equipamento construído pela agência espacial enfrentou as altíssimas temperaturas de retorno que a cápsula sofreu neste domingo, cerca de 2.760 graus Celsius.
“É um acontecimento histórico”, disse Bill Nelson, o chefe da Nasa, durante a transmissão ao vivo do retorno da cápsula.
“Estamos agora voltando ao espaço profundo junto com uma nova geração”.
Uma ‘tripulação’ diferente
Esta primeira fase da Artemis está trazendo de volta à Terra três manequins, chamados de Helga, Zohar e Comandante Moonikin Campos, que serão usados pela agência americana para coletar alguns dos principais dados da missão.
São essas informações que ajudarão a Nasa entender o que os futuros astronautas de carne e osso experimentarão durante uma possível missão tripulável.
Além disso, a Nasa enviou ao espaço uma série de itens. O ‘kit de voo oficial’ inclui bandeiras de países, microchips com nomes dos funcionários que trabalharam na Artemis I, pen-drives, insígnias de escoteiros, mascotes como o Snoopy (famoso personagem do cartunista Charles Schulz) e até uma réplica impressa em 3D da deusa Artemis.
Enquanto as missões Artemis visam principalmente explorar o nosso satélite natural, os objetivos de longo prazo da Nasa são ainda mais ambiciosos. No futuro, a agência espera que o programa ajude no desenvolvimento da ciência astronômica que permitirá a exploração humana de Marte.
A Nasa explica que as missões lunares oferecem uma oportunidade perfeita para a testagem de ferramentas, equipamentos e tecnologias que podem ser úteis numa viagem tripulada ao planeta vermelho.
Mas isso é algo que deve ocorrer somente no final da próxima década, na melhor das expectativas.
*Com informações: g1