Nesta quarta-feira, 7 de setembro de 2022, o Brasil celebra o bicentenário da Independência. A partir da iniciativa “200 anos, 200 livros”, do jornal Folha de S.Paulo, do Projeto República (núcleo de pesquisa, documentação e memória da Universidade Federal de Minas Gerais) e da Associação Portugal Brasil 200 Anos, a Biblioteca Centenário, no Espaço Cultural da Urca, organizou uma exposição com a mesma temática, apresentando ao público os títulos que integram a lista de 200 livros para entender o país, disponíveis no acervo.
Em andamento desde 2019, a iniciativa foi pensada pelo diretor da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira e fundador da Associação Portugal Brasil 200 anos, o português José Manuel Diogo. Os 200 livros foram escolhidos por um grupo de 169 intelectuais, formado por renomados escritores, historiadores, sociólogos, antropólogos, juristas e professores que fizeram as indicações das obras. Segundo o autor da ideia, o projeto é “um retrato em lombadas, que explica um Brasil diverso, global, moderno, que tem uma consciência exata do seu passado, do lugar que hoje tem no mundo, dos seus desafios futuros e dos caminhos para os trilhar”.
A bibliotecária Magaly Franco destaca que, a partir da iniciativa, foram selecionadas as obras constantes na lista de 200 livros, já disponíveis no acervo da Biblioteca Centenário que, agora, fazem parte da exposição. A mostra fica em cartaz por um mês e, na sequência, todos os livros estarão disponíveis para empréstimo.
Obras
As obras vão desde romances como “Esaú e Jacó”, de Machado de Assis, ambientado entre o fim do Império e o início da República, que conta a história da constante disputa entre os gêmeos Pedro, monarquista, e Paulo, republicano, até livros de não-ficção, como “A elite do atraso”, do sociólogo Jessé Souza, que coloca a escravidão no centro da análise que faz sobre as engrenagens do poder e a elite financeira do país.
“Quarto de despejo” (1960), de Carolina Maria de Jesus, é a obra que recebeu mais indicações na lista, seguida por “Grande Sertão: Veredas (1956)”, de Guimarães Rosa, e “A queda do céu” (2015), de Davi Kopenawa e Bruce Albert, ambos em 2º lugar. Na 4º colocação está “Raízes do Brasil” (1936), de Sérgio Buarque de Holanda, e em 5º “Casa Grande & Senzala” (1933), de Gilberto Freyre e “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1881), de Machado de Assis.
“Marília de Dirceu”, de Tomás Antonio Gonzaga, publicado em 1792, é o livro mais antigo constante da listagem, feita a partir do número de indicações do grupo selecionado e convidado a participar da iniciativa. O objetivo é mostrar a diversidade e a força literária brasileira. Confira a listagem com as 10 obras mais indicadas:
1 – Quarto de Despejo – Carolina Maria de Jesus
2 – Grande Sertão: Veredas – Guimarães Rosa
3 – A Queda do Céu – Davi Kopenawa, Bruce Albert
4 – Raízes do Brasil – Sérgio Buarque de Hollanda
5 – Casa-Grande & Senzala – Gilberto Freyre
5- Memórias Póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis
7- Um Defeito de Cor – Ana Maria Gonçálves
7 – Macunaíma – Mario de Andrade
7 – Vidas Secas – Graciliano Ramos
10 – Brasil: Uma Biografia – Lilia Schwarcz, Heloísa Starling.