Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas eleições de 2022, usam o Twitter para incentivar manifestações pelo país
Após a derrota nas urnas, parlamentares apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestaram nas redes sociais incentivando mobilizações ao redor do país contra o resultado das eleições de 2022. Entre eles, o deputado federal Coronel Tadeu (PL-SP), que não conseguiu se eleger, e duas deputadas já investigadas no inquérito das fake news: Carla Zambelli (PL-SP) e Aline Sleutjes (Pros-PR).
Mesmo após decisão do Supremo Tribunal Federal, na manhã desta terça-feira (1º/11), apoiadores de Bolsonaro impedem o trânsito rodoviário em pelo menos 271 pontos do país. Em São Paulo, uma barricada bloqueou o acesso ao Aeroporto de Guarulhos e causou o cancelamento de ao menos quatro voos.
Na noite dessa segunda, Coronel Tadeu comentou a paralisação dos voos no maior aeroporto do país: “Guarulhos parado. Acorda Brasil”, disse. Esta manhã, ele pregou “resistência civil já”.
Envolvida em uma polêmica recente ao descumprir “conscientemente” resolução do TSE que proíbe o porte de armas na véspera das eleições, e sacar uma pistola em uma avenida na capital paulista no último sábado (29), Zambelli parabenizou os caminhoneiros que interrompem o tráfego nas rodoviais e pediu: “permaneçam, não esmoreça (sic)”.
A deputada Aline Sleutjes divulgou um vídeo em um ponto de paralisação na rodovia PR-151 dizendo que o ato ocorria porque os manifestantes não concordavam com o resultado das urnas. No vídeo, ela incentiva os atos antidemocráticos e questiona os responsáveis pelo ato se concordavam com a vitória do ex-presidente Lula (PT).
“A população não acredita que ontem nós tivemos essa derrota”, afirmou.
O deputado estadual Homero Marchese (Republicanos-PR) defendeu que a movimentação dos manifestantes deveria ocorrer em Brasília, onde está localizado o centro de poder político do país.
O deputado estadual Homero Marchese (Republicanos-PR) defendeu que a movimentação dos manifestantes deveria ocorrer em Brasília, onde está localizado o centro de poder político do país.
Mesmo após o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmar a decisão do ministro Alexandre de Moraes para que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) desobstrua rodovias bloqueadas, o país amanheceu com 271 ocorrências em estradas nesta terça-feira (1º/11).
As manifestações não foram convocadas por uma organização específica, mas têm sido incentivadas por grupos bolsonaristas nas redes sociais. Uma série de canais foram criados no aplicativo Telegram para convocar atos em todo o Brasil. Os grupos pedem intervenção militar devido ao resultado das eleições.
Dados divulgados pela PRF nas redes sociais apontam que o país tem 183 pontos de interdição e 88 bloqueios em rodovias de 22 estados e do Distrito Federal. De acordo com a corporação, 192 manifestações já foram desfeitas.
Os estados com maior número de ocorrências são o Pará (33 interdições), Mato Grosso (22 interdições), Minas Gerais (12 interdições e seis bloqueios), Paraná (24 interdições e 15 bloqueios), Rondônia (20 interdições), Rio Grande do Sul (15 interdições e 15 bloqueios) e Santa Catarina (39 bloqueios).
Veja vídeos das manifestações:
Com 100% das urnas apuradas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), às 00h29 de segunda-feira (31/10), Lula venceu as eleições brasileiras com 50,90% dos votos válidos.
O petista bateu o próprio recorde e recebeu o maior número de votos da história do país: 60.345.999. Jair Bolsonaro recebeu 58.206.354 votos e ficou com 49,10%.
*Informações e imagens: Metrópoles