O presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou na Marcha para Jesus, evento religioso em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, na manhã deste sábado (25). O chefe do Executivo disse que vivemos em um país “cristão, temente a Deus, de um povo gentil, ordeiro e trabalhador”, mas se absteve sobre o escandâlo do MEC (Ministério da Educação) que investiga corrupção no uso de verbas da pasta.
“Não é fácil. Um milagre a minha sobrevivência. Por que não dizer quase um milagre uma eleição. Depois também formar um ministério com pressões as mais variadas possíveis para que Brasília continuasse como sempre esteve ao longo das últimas décadas. Fizemos o contrário, apostamos, porque sempre devi lealdade a este povo que está aqui à minha frente”, disse o mandatário a apoiadores.
‘Podemos viver sem oxigênio, mas não sem liberdade’
Bolsonaro ainda avalia que, quando ocupou a cadeira presidencial, “tirou da zona de conforto” quem desejava o mal do país. “Eles se uniram, solapam a nossa democracia, nos acusam do que eles verdadeiramente são. Se julgam os donos da verdade, acham que podem tudo, até mesmo nos escravizar”, criticou o chefe do Executivo.
“Vivemos num país cristão, que é temente a Deus, de um povo gentil, ordeiro e trabalhador. Um país que, no passado, já se livrou de outras artimanhas daqueles que queriam roubar a nossa liberdade. A história bem demonstra tudo isso. Podemos até falar algo que alguns podem não entender, podemos viver até sem oxigênio, mas não viveremos sem liberdade”.
“Sempre digo: para mim, é muito mais fácil estar desse outro lado, mas não podemos nos esquecer de uma coisa. Todos nós aqui, sem exceção, teremos um ponto final um dia. E o currículo que apresentaremos lá em cima é tudo que fizemos em nossa vida aqui embaixo”, acrescentou Bolsonaro.
Presidente oculta escândalo do MEC
O discurso do presidente na Marcha para Jesus durou cerca de 19 minutos. Durante a fala, ele afirmou que o governo federal já se livrou de “artimanhas daqueles que queriam roubar nossa liberdade”, alegando que “podemos até viver sem oxigênio, mas não viveremos sem liberdade”. Na tarde de ontem, Bolsonaro participou de motociata em Campina Grande, na Paraíba, além de entregar casas populares em João Pessoa.
Apesar das recentes polêmicas envolvendo o ex-ministro Milton Ribeiro, o presidente não tocou no assunto. Uma conversa telefônica interceptada pela Polícia Federal aponta que Ribeiro já sabia que seria alvo da operação Acesso Pago, que investiga corrupção no uso de verbas do MEC.
Segundo a PF, foram identificados indícios de crime na liberação das verbas públicas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), vinculado ao ministério. Ao todo, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e cinco prisões em Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal.
Ribeiro foi detido nessa quarta-feira (22), mas teve a prisão preventiva cassada pelo desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). Os demais presos beneficiados pela decisão são os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, o ex-gerente de projeto da Secretaria Executiva do Ministério da Educação, Luciano de Freitas Musse e o ex-assessor e o da Secretaria de Planejamento Urbano da Prefeitura de Goiânia, Helder Diego da Silva Bartolomeu.
*Fonte: BHAZ