Bolsonaro gastou R$ 2,6 mi com comida no avião da Presidência, diz deputado

Presidência da República terá que explicar altos gastos com cartão corporativo ao Senado Federal

O presidente Jair Bolsonaro (PL) já gastou R$ 2,6 milhões com alimentação no avião presidencial desde o início de seu governo, segundo um levantamento feito pela equipe do deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) com dados do Portal da Transparência. De acordo com os números, o valor gasto pelo mandatário em pouco mais de três anos de gestão, contabilizados até o dia 10 de março, foi de R$ 2.599.696,46.

Em 2019, primeiro ano de governo Bolsonaro, o gasto com comida na aeronave da presidência foi de R$ 851.159,36. Nos dois anos seguintes, a quantia foi de R$ 656.117,38 (2020) e R$ 889.583,37 (2021). Já neste ano, o montante até agora é de R$ 202.836,35.

“O presidente diz que é simples, come macarrão instantâneo e leite condensado, mas a realidade é outra. É dinheiro público pagando a conta dos luxos do Bolsonaro em plena crise. É vergonhoso”, afirma o parlamentar.

Ainda de acordo com a equipe de Vaz, o contrato para fornecimento de refeições, lanches e petiscos no avião do presidente é com a empresa International Meal Company Alimentação S/A. O contrato, firmado em 2018 e que vem sofrendo sucessivas prorrogações, prevê o fornecimento de refeições prontas (almoço, jantar e café da manhã), bebidas, lanches (salgados e sanduíches), petiscos (castanhas, barras de cereais e frios), frutas, doces e gelo.

“Vamos solicitar à Presidência da República a documentação detalhada desses gastos, com apresentação de notas fiscais. A sociedade tem o direito de saber o que está pagando para o Bolsonaro”, diz o deputado do PSB. Ele vai apresentar na Câmara uma proposta de fiscalização e controle pedindo auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre esses gastos.

Em um vídeo recente publicado nas redes sociais, Bolsonaro apareceu comendo frango com farofa. A publicação gerou polêmica e o presidente recebeu críticas de que estaria tentando parecer humilde. O presidente reagiu e disse que não buscava ser “povão” com a divulgação do conteúdo.