Gastos de candidatos com impulsionamento de conteúdo nas plataformas chegam a R$ 165 milhões – valor 66% maior do que na eleição passada.
As campanhas eleitorais deste ano já gastaram R$ 165 milhões para impulsionar a publicidade de candidatos na internet, a exemplo de vídeos com ataques a adversários no Facebook e anúncios patrocinados no Google.
O valor é 66% maior do que o registrado nas eleições de 2018, quando foram investidos R$ 99,4 milhões em propaganda digital, em números corrigidos pela inflação do período.
Segundo os dados atualizados nesta sexta-feira (30/9) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o maior volume (R$ 55,2 milhões) foi direcionado para impulsionar conteúdos no Facebook.
Em busca de votos do eleitor, 3.163 candidatos decidiram investir dinheiro – a maior parte proveniente do Fundo Eleitoral – na plataforma digital. Na eleição passada, foram 2.352 concorrentes.
A recordista é a campanha de Simone Tebet, que disputa a Presidência da República pelo MDB. A senadora pelo Mato Grosso do Sul já aplicou R$ 1,93 milhão no Facebook.
Atrás dela, aparecem o candidato do PT ao governo do Ceará, Elmano de Freitas, com R$ 1,66 milhão, e o presidenciável do PDT, Ciro Gomes, com R$ 1,22 milhão.
Em relação ao Google, quem mais gastou até agora, segundo informações do TSE, foi a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com R$ 1,95 milhão.
Ao todo, a gigante de tecnologia já recebeu R$ 36,5 milhões de 1.184 campanhas; a quantia é 319% maior do que nas eleições de 2018. Esses valores ainda devem crescer nos próximos dias, com a atualização das despesas pela Corte Eleitoral.
De acordo com dados divulgados em tempo real pelo próprio Google, partidos e candidatos já gastaram R$ 72,2 milhões com mais de 46 mil anúncios na plataforma. A maioria deles destina-se a vídeos no YouTube.
Só a campanha de Lula investiu R$ 8,4 milhões, segundo o Google; desse total, 84% foram utilizados para impulsionar vídeos no YouTube. Apenas nos dois últimos dias, as despesas somam mais de R$ 2 milhões.
Principal concorrente do petista na disputa, o presidente Jair Bolsonaro (PL) investiu R$ 4,2 milhões com 171 anúncios; deles, 86% foram aplicados em vídeos produzidos pela campanha à reeleição.
Prazo final
Encerra-se em 1º de outubro o prazo para impulsionar conteúdo relacionado a publicidade de candidatos nas redes. De acordo com o artigo 39 da Lei das Eleições (9.504/1997), é crime eleitoral realizar propaganda na internet ou impulsionamento no dia do pleito.
Assim, se o conteúdo tiver sido criado ou impulsionado antes do pleito e apenas se mantiver na rede no dia das eleições não é crime. A vedação trata apenas do dia do pleito. Em caso de descumprimento, a pena é de detenção de seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de R$ 5 mil a R$ 15 mil.