Ministros ligados ao bloco têm a missão de avançar na tramitação da proposta no Congresso. Após análise dos senadores, texto voltou à Câmara
Do portal Metrópoles – O presidente Jair Bolsonaro (PL) delegou ao Centrão a missão de aprovar, no Congresso Nacional, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios – principal aposta do governo para viabilizar o Auxílio Brasil, que visa garantir benefício mensal de R$ 400 ao menos até o fim de 2022.
A proposta foi aprovada pelo Senado Federal na tarde da última quinta. Como houve alterações no texto, a matéria precisou voltar para uma última análise da Câmara dos Deputados. Se aprovada, será promulgada.
Enquanto os ministros do bloco passaram as últimas semanas se reunindo com parlamentares para garantir o avanço da proposta, o chefe do Executivo voltou sua atenção para as eleições do ano que vem e, portanto, concentra esforços em viagens, entrevistas a veículos aliados e eventos relacionados a pautas das áreas social e tecnológica.
Quando se elegeu presidente, Bolsonaro adotava discurso no qual sugeria o fim do chamado “toma lá, dá cá” – como é conhecida a entrega de cargos do governo a parlamentares, em troca de apoio no Congresso.
Apesar disso, Bolsonaro se aliou ao Centrão, bloco informal de partidos que costuma apoiar o governo. Na semana passada, o presidente se filiou a uma das principais siglas do grupo: o PL, de Valdemar Costa Neto.
O Centrão já apoiou os governos dos petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, além do antecessor imediato de Bolsonaro, Michel Temer (MDB).
Levantamento do Metrópoles mostra como Bolsonaro tem diminuído a recepção de parlamentares no terceiro andar do Palácio do Planalto. Os dados apresentados pelo portal também indicam que o mandatário tem permitido que o Centrão tome a frente da articulação do governo.
Antes de se render ao bloco, o presidente se reunia, em média, com ao menos um deputado e um senador por dia. Interlocutores palacianos admitem que Bolsonaro diminuiu as agendas, mas argumentam que, aliado ao Centrão, passou a ter o direito de “terceirizar” a articulação política.