Em coletiva, representantes da PRF afirmaram que há 267 pontos de obstrução ativos nas estradas nesta manhã de terça
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) convocou uma coletiva, na manhã desta terça-feira (1º/11), para explicar as ações coordenadas que visam garantir a livre circulação nas rodovias do Brasil. Segundo integrantes da corporação, há 267 pontos de interdição ativos nas estradas.
De acordo com a PRF, mais de 306 pontos foram desbloqueados. Santa Catarina, Pará e Mato Grosso são os estados com maior número de interdições. Também há, pelo menos, 100 caminhoneiros autuados até o momento.
Até a meia-noite de segunda (31/10), 182 autuações de trânsito foram distribuídas a cidadãos que obstruíram rodovias ou organizaram bloqueios – multas giram entre R$ 5 mil e R$ 17 mil.
A coletiva de imprensa, marcada para as 11h, demorou quase 45 minutos para começar. Por volta das 11h35, a imprensa presente no local foi informada que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, e o diretor-geral da corporação, Silvinei Vasques, não participariam do encontro, pois estavam reunidos.
Marco Antônio Territo de Barros, diretor-executivo, substituiu Silvinei. “A PRF está 100% empenhada em resolver [a situação dos bloqueios] desde o primeiro momento”, afirmou Territo, esclarecendo que o ministro da Justiça, Anderson Torres, tem pedido “celeridade ao cumprir a liberação das rodovias”. “Esperamos resolver as questões para garantir o direito de ir e vir de todos os cidadãos”, garantiu.
Veja a coletiva:
Durante a explicação, os representantes da PRF afirmaram ter solicitado o apoio da Polícia Militar nos estados e as forças federais por se tratar de uma operação complexa.
“Estamos com apoio da PF [Polícia Federal], das forças nacionais de segurança pública e das polícias militares. Aumentamos 400% do nosso efetivo atuando nesse monitoramento”, garantiu Djairlon Henrique, diretor de Operações da corporação.
“Em momento algum, a PRF se omitiu em determinação para atuar. Não vai haver nenhum tipo de omissão da PRF, como já não está tendo”, continuou Henrique.
Umas das primeiras perguntas surgidas entre os jornalistas que acompanhavam a coletiva foi em relação a policiais rodoviários que auxiliaram os protestos. De acordo com o corregedor-geral Wendel Benevides Matos, a PRF não apoia esses casos.
Ele afirmou que pelo menos na situação de Guarulhos, em que um integrante da força aparece cortando uma cerca para entrada dos manifestantes, o policial foi identificado e um inquérito, instaurado.
Ao todo, três policiais envolvidos em atos ilícitos de apoio aos manifestantes foram identificados: um em São Paulo e dois em Santa Catarina. “Qualquer desvio de conduta em campo vai ser apurado na nossa corregedoria”, afirmou Matos.
PM nas operações
A corporação também falou sobre a determinação do ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de incluir a Polícia Militar nas operações. Segundo Marco Antônio Territo de Barros, diretor-executivo da PRF, essa participação já estava em todas as medidas pensadas pelo grupo.
“Nosso planejamento já existia, não mudou nada. A gente continua no nosso protocolo de autuação. No caso de crime, a gente faz a prisão em flagrante, de forma a subsidiar a Polícia Judiciária para entender todo o aparato logístico para dar apoio aos manifestantes”, afirmou Territo.
Segundo o diretor-executivo, as operações da PRF são complexas porque assim também é a pauta. E, por isso, não conseguiram mapear lideranças dos protestos.
Nas redes sociais, caminhoneiros e bolsonaristas falam em intervenção militar e invalidação das eleições, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL).
PRF no segundo turno
A PRF também falou sobre a Operação Eleições no segundo turno. Houve diversas denúncias de que a corporação parou ônibus com eleitores. Entretanto, os integrantes da força garantiram que as atuações aconteceram no sentido de identificar crimes eleitorais e priorizar “eleições limpas”.
“Naquele dia, por algum motivo, uma apreensão nossa incomodou alguma pessoa e nós fomos questionados. Mas trabalhamos sempre para a preservação da vida e do livre direito de voto”, afirmou Territo, diretor-executivo.
Segundo ele, houve redução de 73% do número de feridos e 43% do número de mortos durante as eleições e as operações ajudaram nisso. Além disso, toneladas de drogas foram apreendidas.
*Informações e imagem: Metrópoles