Saúde na mira
As denúncias envolvendo a área da saúde com pagamentos de honorários de forma digamos “não criteriosa” e o favorecimento de empresas por contratos na saúde de Poços prometem novos capítulos nos próximos dias. Feitas pelo Conselho Municipal de Saúde, as denúncias caíram como uma bomba na Câmara Municipal, motivando Requerimento assinado por 6 vereadores cobrando diversas explicações do chefe do Executivo local, Sergio Azevedo (PSDB), conforme revelado ontem (28), em primeira mão, pelo Alô Poços.
Os contratos
São três empresas diferentes para a prestação de serviços específicos na área da Saúde e alvo das denúncias: as empresas ProHealth, Hygea e Ômega. O contrato com a ProHealth prevê médico plantonista na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no Hospital Municipal “Margarita Morales” (HMMM) e no Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU). Já o ajustado com a Hygea é para atendimento médico especializado e procedimento de pequenas cirurgias. No caso da Ômega são dois contratos e ambos para prestação de serviços no Hospital de Campanha – um para serviços de Assistência e outro para Vigilância e Higienização.
Favorecimento?
Um dos questionamentos que chamam a atenção no Requerimento dos vereadores diz respeito a quem, “nos meses de maio, junho, julho e agosto, exercia o cargo de Diretor (a) Técnico (a) do Hospital Margarita Morales?” Talvez em função de que, conforme disposto no Diário Oficial do Município (DOM), em sua edição 605 do dia 05/01/2021, houve a nomeação de Juliana Graça Maranhão para exercer a função de Diretora Técnica do Hospital Municipal “Margarita Morales”. Ela é sócia-proprietária da PróHelt.
Jornada frenética
A médica teria, nos dias 5 e 6 de maio de 2021, trabalhado 6 horas no Margarita e realizado 15 consultas na Policlínica; no dia 10 recebido pela Hygea por 20 consultas feitas no Margarita Morales e recebido pela Prohealth por 12h na UPA e mais 6h no Margarita; no dia 12 fazer 12h na UPA, 6h no Margarita e realizar 15 consultas na Policlínica; no dia 17, pela Prohealth, fazer 12h na UPA e 6h no Margarita, e pela Hygea realizar mais 20 consultas no Margarita; no dia 24, pela Prohealth, fazer 6 horas no Margarita e pela Hygea realizar 20 consultas e no dia 31, pela Prohealth, fazer 12h na UPA e 6h no Margarita e,pela Hygea, realizar 20 consultas no Margarita.
“No mês de maio, a médica teria trabalhado 125h na UPA e 126h no Margarita, ambas pela Prohealth, além de realizar 61 consultas na Policlínica e mais 80 consultas no hospital Margarita Morales, ambas pela Hygea.
Resistência e corrupção
Nos bastidores, duas movimentações chamam a atenção: a resistência por parte de alguns vereadores ‘combativos’ com relação ao apoio para apuração das denúncias de irregularidades na saúde; e a necessidade do Legislativo local de se posicionar em relação à devida fiscalização dos tos do Poder Executivo fato que, agora, chegam a duas graves denúncias, o desvio no DMAE e os contratos e favorecimentos na saúde.
Vontade política
Na avaliação de alguns parlamentares, mesmo diante a falta de vontade política da maioria da Câmara em se abrir uma CPI do DMAE e, agora, uma outra Comissão para apuração na Saúde, esse cenário não está descartado. A pressão política em ano eleitoral, o frágil diálogo e articulação na relação Executivo/Legislativo e o acúmulo de denúncias em áreas diversas exigirão uma posição mais firme dos vereadores.
O candidato
O secretário municipal de governo, Celso Donato, revelou ontem (27), em entrevista ao ‘Programa Papo Sob Medida’, da Master WebRádio, que pode permanecer no PSDB para ser candidato a deputado federal. Ele disse acreditar na força da ala jovem do PSDB, com o governador do RS, Eduardo Leite, e afirmou que não fará “dobradinhas” com estaduais de fora da cidade. Pretende ter o apoio de diversos estaduais. Para isso, precisará reforçar a articulação e preparar o bolso, pois os ‘aliados’ exigirão algum apoio.