Por Tiago Monteiro Tavares –
Plano Diretor
A Câmara Municipal de Poços de Caldas realiza hoje (1º), uma nova Audiência Pública para debater o Plano Diretor da cidade, sem revisão desde 2006. Apesar da boa vontade política de promover logo a revisão, que está atrasada há 5 anos, são muitos os problemas técnicos que dificultam a aprovação do Plano Diretor.
Incongruências
O texto que está em análise é do Poder Executivo, encaminhado à Câmara em 2019 pelo prefeito Sérgio Azevedo (PSDB). A proposição chegou sem estudos de viabilidade, sem as cartas georeferenciadas, sem estudos de mobilidade urbana, dentre outros problemas. Alguns deles a Prefeitura encaminhou em anexos, mas sem mexer no texto principal. Só pareceres técnicos são cinco. O mais engraçado é que os quatro primeiros eram contrários à aprovação e, agora, o 5º parecer assinado pela mesma assessoria técnica da Câmara dá o aval para sua aprovação.
Colcha de retalhos
Além do risco de judicialização do Plano Diretor, que deve ser aprovado em breve, há ainda o problema da ‘colcha de retalhos’ em que se transformará a principal norma que define o uso e a ocupação do solo na cidade. Ela define onde pode ou não ser construídos prédios, casas, empreendimentos comerciais, onde estão as reservas hídricas e etc. Na segunda-feira (29), uma reunião entre vereadores e o secretário de governo, Celso Donato, debateu os problemas e as pressões pelo novo Plano Diretor.
União Brasil
O vice-prefeito de Poços de Caldas, Júlio César de Freitas, fez uma avaliação sobre a fusão do seu partido, o Democratas, com o PSL, criando o União Brasil. Para Tio Júlio, essa união precisa se mostrar agora, com uma definição da postura do novo partido que, caso saia do papel, pode se tornar o maior partido do país, com fundo eleitoral na casa de R$ 1 bilhão.
Perfis diferentes
Tio Júlio destaca que o DEM em Poços tem buscado valorizar uma identidade, diferente do PSL. “Aqui em Poços (o PSL) não era um partido atuante, diferente do DEM. A grande questão é que na nova sigla terá bolsonaristas, anti-bolsonaristas e centristas. Como vai ficar a posição ideológica do União Brasil?” Segundo ele, o DEM em Minas sentiu muito a saída do senador Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso Nacional, e isso provocou um desarranjo regional no partido e uma indefinição dos rumos eleitorais da legenda.
Assessor padrão
Ex-Prefeito de Poços de Caldas e ex-deputado federal por três mandatos, Geraldo Thadeu (Republicanos) atualmente exerce a função de assessor parlamentar no gabinete do presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD/MG). Geraldo está no cargo de função SF 08, com remuneração mensal de R$ 17.319,31. No universo político, há quem diga que a contrapartida será ele ser candidato a deputado federal para dar palanque a Pacheco, presidenciável que busca se tornar a terceira via.
Mais Mulheres na Política
Durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Poços de Caldas ontem (30/11), um debate veio à tona na aprovação da proposta para realização de Audiência Pública para debater o tema “Mais Mulheres na Política”. Proposta pela vereadora Dra. Regina Cioffi (PP) e apoiado pela colega Luzia Martins (PDT), únicas duas vereadores dentre os 15 eleitos, o pouco espaço de representação feminina foi reconhecido até pelos colegas homens, apesar de duas falas machistas que ainda questionaram o porquê das mulheres não se interessarem por política. O vereador Diney Leon (PT) lembrou que na Prefeitura o preconceito feminino também existe: “só há três secretárias mulheres entre os 18 secretários”.