Desvalorização
Desde sexta-feira (1º/08), quando o prefeito Sérgio Azevedo (PSDB) resolveu demitir cargos de confiança que não estavam alinhados com suas perspectivas políticas, a desvalorização das pessoas e quadros técnicos que compõem a administração municipal passou a ser o foco de todos nos bastidores sulfurosos. Muita gente insatisfeita por não serem reconhecidas e, principalmente, o trabalho desenvolvido por elas serem alvo de grandes anúncios de feios pelo prefeito, mas sem a valorização das pessoas.
O vídeo
O caso que mais tem gerado comentários nos bastidores é o de Diva Funchal, ex-coordenadora de fomento à Indústria e ao Comércio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho. Ele foi a grande responsável pela vinda das novas empresas para o Distrito Industrial, todas divulgadas com toda pompa e circunstância pelo Prefeito. Ela vinha sendo pressionada a apoiar Celso Donato (PSD) como candidato a deputado federal, ex-secretário de governo, como revelamos no final de janeiro.
Pressão antiga
Após diversas pressões, Diva Funchal teria se recusado a gravar um vídeo de apoio a Celso Donato. Segundo informações extraoficiais, esse teria sido o estopim da demissão. Diva Funchal é filiada ao Novo e deve apoiar André Vilas Boas (Novo) como pré-candidato a deputado federal. Nos bastidores, fala-se da mágoa que ficou após o episódio. A conferir cenas dos próximos capítulos.
Surtiu efeito
A Moção de Solidariedade ao secretário municipal de Saúde, Dr. Carlos Mosconi (PSDB), proposta na véspera de sua convocação para explicar a falta de leitos hospitalares em Poços foi retirada pelos autores. A “lambança” fora feita sem que o “padrinho” nem a “Casa Amarela” soubessem. Se mantida, seria um verdadeiro fracasso, pois havia grandes chances de ser rejeitada, além de enterrar de vez a CPI da Saúde. No momento, serviu para enterrar apenas a confiança da “Casa Amarela” em um pré-candidato a deputado estadual.
Chamem a Guarda…
A Guarda Municipal de Poços de Caldas foi acionada diretamente pela Prefeitura para comparecer a sessão de retomada dos trabalhos da Câmara. Isso porque havia nas redes sociais mobilização contra a Moção de Solidariedade a Mosconi. Servidores e vereadores se assustaram quando uma viatura e duas motos da GCM encostaram na frente da sede do Legislativo. Mais quatro GCM’s deram apoio à guarda que fica normalmente na Câmara.
…além dos comissionados e o secretariado
Pela manhã, uma mensagem nos grupos de Whatsapp da Secretaria de Saúde pedia a presença de servidores e comissionados da Saúde na sessão, após às 18h, para prestar apoio a Mosconi. Com a retirada da Moção no começo da sessão, a oposição desmobilizou a manifestação. Mas os comissionados e ao menos 8 dos 16 secretários municipais estavam lá ocupando metade do Plenário para servirem de puxadores de palmas para o chefe.
Falta de leitos
A razão para oitiva de Mosconi é a constante falta de leitos hospitalares na cidade. Em sua exposição (confira a íntegra no vídeo abaixo) ele afirmou que a cidade está acima dos parâmetros da OMS para leitos hospitalares, que leva em conta a relação de habitantes e leitos. Por esse parâmetro, Poços precisaria de 530 leitos. Hoje, são 619 contando os credenciados ao SUS e não SUS. Desses, 264 leitos são credenciados ao SUS, tendo ainda outros 15 leitos clínicos e 10 de UTI no Hospital Santa Lúcia e que ainda não foram credenciados no SUS. Segundo o secretário, a demanda é por mais 50 a 70 leitos.
Problemas na Santa Casa
Praticamente, Dr. Mosconi jogou o problema para a Santa Casa: “Hoje estamos com um problema, que vou contar aqui pra vocês. A Santa Casa não está aceitando receber mais nenhum paciente ou quase nenhum, somente em último caso. Eles tem um problema lá de administração, que precisa ser resolvido. Eu fui informado hoje (ontem 02) de que a situação é grave. Envolve problemas administrativos, falta de funcionários, falta de recursos e dívidas”, afirmou Mosconi.
Problemas na Santa Casa II
Dr. Mosconi voltou a falar nos problemas com falta de funcionários na Santa Casa, mais para o final de sua fala. “Na semana passada fecharam lá uma Ala. Procurei saber o que estava acontecendo e fui informado de que não havia funcionários para cuidar da Ala, que precisou ser fechada e isso também reflete na falta de leitos em determinados momentos”, ressaltou.
Emoção
O vereador Tiago Braz (Rede) um dos autores do requerimento de convocação do Dr. Mosconi, levou comoção ao Plenário. Ele preferiu usar um tom mais ameno do que na última sessão antes do recesso, levou pacientes que aguardam na fila por cirurgias e conseguiu levantar a comoção de todos. Ele explicou a Mosconi que não se tratava de uma questão pessoal. Mosconi por sua vez se colocou no lugar de Tiago e disse que realmente não dá pra ser um secretário competente se há pessoas esperando por uma cirurgia há mais de 5 anos.
Quais problemas?
O vereador Lucas Arruda (Rede) chegou a questionar o secretário de saúde sobre quais problemas estavam acontecendo na Santa Casa. Além dos anteriores, citou dívidas antigas e uma dívida de R$ 2 milhões com os médicos. Segundo Mosconi, a Secretaria de Saúde arrumou o recurso para quitar a dívida com os médicos e cirurgias voltassem a serem feitas. Hoje, há cerca de 3200 cirurgias eletivas represadas em Poços de Caldas. Veja o vídeo: