Talvez a denúncia mais grave a de que “agentes usuários de droga que fazem visita sob efeito de entorpecentes ou ingerem bebidas alcoólicas”
Durante reunião do Conselho Municipal de Saúde de Poços de Caldas, município do Sul de Minas Gerais, realizada na semana passada com a participação do secretário Municipal de Saúde, Dr. Carlos Mosconi, o representante dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), em especial os da UBS zona Sul Cohab I, Cohab II e São Sebastião, através do “Projeto Ação e Saúde Amigos da Graça”, João Francisco da Silva, apresentou denúncia de alguns agentes de Saúde não estariam realizando as visitas domiciliares para se dedicarem a assuntos particulares.
De acordo com o documento, é pedido para que haja fiscalização, apontando que muitos desses agentes já não faziam visitas domiciliares muito antes da pandemia da Covid-19.
A denúncia também trás alguns questionamentos:
Como é feito controle de produção desses agentes?
As planilhas de visitas (cadastro individual) têm que ser assinadas por integrante da família do usuário. Como não houve visita domiciliar, quem assinou essa planilha?
Pode ter havido falsificação de assinaturas?
“Alguns agentes, em meio ao expediente de trabalho, deixam a unidade para tratar assuntos particulares retornando ao local de trabalho apenas no horário de saída para bater ponto”, aponta o documento.
Contudo, talvez a mais grave das denúncias seja a de que “agentes usuários de droga que fazem visita sob efeito de entorpecentes ou ingerem bebidas alcoólicas”.
O denunciante também pontua que se trata de um problema que se arrasta sem que uma providência seja tomada, impactando sobre maneira a sistema da Saúde em Poços de Caldas. “Com tanto descaso por parte desses servidores, a Atenção Básica a Saúde deixa a desejar, o que acarreta graves problemas e aumenta a demanda em consultas, exames, cirurgias, uma vez que não se sabe nada a respeito do paciente. Várias denúncias já foram feitas junto às chefias imediatas, nesse governo e em governos anteriores, e até o presente momento nada foi feito a fim de sanar esse problema”, discorre da Silva.
Apesar de a denúncia fazer referência apenas à região da UBS zona Sul Cohab I, Cohab II e São Sebastião, durante a reunião do Conselho Municipal de Saúde houve relatos semelhantes por parte de enfermeiras responsáveis por outras unidades, afirmando que as denúncias procedem e que os agentes de Saúde, “ao invés de fazerem as visitas domiciliares, saem das unidades em horário de trabalho e vão para, por exemplo, academias, casas de amigos”.
A denúncia feita por da Silva no Conselho, de acordo com ele, também foi encaminhada à Ouvidoria da Secretaria Municipal de Saúde para medidas cabíveis.